Nadal e Federer querem repetir história em Wimbledon

Torneio feminino já sem nenhuma das dez primeiras cabeças de série.

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Rafael Nadal Reuters/TONY O'BRIEN

Foi há 10 anos que se realizou a melhor final de um torneio do Grand Slam deste século. Para muitos, o duelo entre Rafael Nadal e Roger Federer em Wimbledon foi mesmo o melhor encontro a que assistiram em todas as suas vidas. Com os dois campeões novamente a dominar o circuito profissional, não haverá melhor forma de assinalar essa data do que um reencontro entre os dois no derradeiro dia de prova. Nadal e Federer continuam a alimentar esse sonho depois de sobreviverem imaculadamente à "Manic Monday", o primeiro dia da segunda semana, em que se realizaram os 16 encontros dos oitavos-de-final.

“Não vou dizer que não estou entusiasmado por poder defrontar Roger na final, seria óptimo chegar aí, apenas digo que seria difícil, porque ele é tão bom”, afirmou Nadal, que chega aos quartos-de-final pela primeira vez desde 2011 e sem ceder um set, após ultrapassar Jiri Vesely (93.º), por 6-3, 6-3 e 6-4. “Pessoalmente, continuo a ver os principais favoritos em relva ainda em prova: Roger, Isner, Raonic, Del Potro, Djokovic, grandes servidores”, lembrou o espanhol que só esta terça-feira conhecerá o seu próximo adversário, já que Juan Martin Del Potro vencia Gilles Simon por 2-1 em sets, quando encontro foi suspenso por falta de luz natural.

Federer está nesta fase do torneio de Wimbledon pela 16.ª vez, ao afastar o francês Adrian Mannarino (26.º), por 6-0, 7-5 e 6-4, e elevar para 32 o número de sets ganhos consecutivamente no All England Club, uma série iniciada nas meias-finais do ano passado – ficando a dois do seu recorde pessoal, estabelecido entre 2005 e 2006. “Estas séries apenas acontecem, não são planeadas. Às vezes depende se um ponto cai para um lado ou outro, não é nada que se possa controlar”, disse Federer, que já vai em 81 jogos de serviço sem sofrer um break.

Mannarino é o tenista melhor posicionado no ranking que nunca conquistou um título no circuito profissional – e também o melhor entre os que não têm contratos de roupa ou raqueta – mas fez história, pois foi o primeiro neste torneio a dispor de break-points (quatro no total) no serviço do suíço.

No caminho de Federer está Kevin Anderson (8.º), estreante nos "quartos" em Wimbledon, após vencer Gael Monfils (44.º), por 7-6 (7/4), 7-6 (7/2), 5-7 e 7-6 (7/4).

O tri-campeão Novak Djokovic (21.º) voltou a mostrar estar perto do seu melhor ao derrotar Karen Khachanov (40.º), por 6-4, 6-2 e 6-2. Segue-se Kei Nishikori (28.º), o primeiro japonês a chegar tão longe no torneio britânico desde Shuzo Matsuoka em 1995, que eliminou Ernests Gulbis (138.º), por 4-6, 7-6 (7/5), 7-6 (12/10) e 6-1.

O outro duelo dos quartos-de-final, vai opor os dois jogadores que lideram a tabela de ases desta edição: John Isner  (10.º), com 135 ases, e Milos Raonic (32.º), autor de 117.

Loucura na variante feminina

Pela primeira vez em Wimbledon, nenhuma das dez primeiras cabeças de série do torneio feminino chega aos quartos-de-final. A lista foi elaborada pelo All England Club de acordo com o ranking, mas abriu uma excepção para a heptacampeã Serena Williams, 181.ª no ranking, que surge como 25.ª favorita.

Ausente em 2017 para ser mãe, Serena regressou, não como Miss Williams como antigamente mas como Mrs Williams. De resto, parece a mesma candidata ao título, como se viu pela exibição realizada no primeiro encontro da Era Open num Grand Slam entre duas mães, em que eliminou a russa Evgeniya Rodina, com um duplo 6-2. O seu actual ranking faz com que a norte-americana se torne na quarto-finalista pior classificada em Wimbledon desde Mirjana Lucic-Baroni (134.ª), em 1999. Nesta terça-feira, Serena defronta Camila Giorgi (52.ª).

Angelique Kerber (10.ª) é a mais cotada no quadro feminino mas teve de recuperar de 1-3 no set inicial e salvar quatro set-points no segundo, para vencer, por 6-3, 7-6 (7/5), a suíça Belinda Bencic (56.ª), que tinha ganho os três duelos anteriores.

A alemã, detentora de dois títulos do Grand Slam, enfrenta agora a russa Daria Kasatkina (14.ª), que no mês passado estreou-se nos "quartos" de um major, em Roland Garros. Nesta segunda-feira, venceu, por 6-7 (6/8), 6-3 e 6-2, Alison Van Uytvanck (47.ª), responsável pela eliminação da campeã em título, Garbiñe Muguruza.

A outra detentora de títulos do Grand Slam ainda em prova é Jelena Ostapenko. A letã, campeã de Roland Garros em 2017, vai discutir um lugar nas meias-finais com Dominika Cibulkova (33.ª), que superou Su-Wei Hsieh (48.ª).

Depois de cinco derrotas consecutivas no encontro de estreia em Wimbledon, Julia Goerges quebrou a maldição dos oitavos-de-final de majors e, à sexta tentativa, em ganhou finalmente um lugar nos "quartos". Aí, a alemã, que lidera a tabela feminina de ases com 41, vai defrontar a holandesa Kiki Bertens (20.ª) que cometeu a surpresa do dia, ao vencer Karolina Pliskova (8.ª), por 6-3, 7-6 (7/1).

Nos pares, João Sousa e o argentino Leonardo Mayer foram travados nos oitavos-de-final pelos cabeças de série n.º 13, Michael Venus/Raven Klaasen, que venceram, por 6-3, 7-6 (7/5), 6-7 (5/7), 6-7 (3/7) e 6-3, num encontro de três horas e 20 minutos, em que só se registaram dois breaks.

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