Sete elementos da seita que realizou ataque com sarin em Tóquio executados

Shoko Asahara, mentor do grupo que matou 13 pessoas e feriu milhares, em 1995, foi um dos condenados à morte por enforcamento.

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Naoko Kikuchi, ataque ao metrô de Tóquio, Aum Shinrikyo
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Shoko Asahara, Tóquio, ataque do metrô sarin, Tóquio, Aum Shinrikyo
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As autoridades japonesas executaram nesta sexta-feira sete membros da seita japonesa que em 1995 realizou um ataque no metro de Tóquio com gás sarin, matando 13 pessoas e deixando feridas mais de cinco mil. Entre os criminosos que receberam a pena máxima, por enforcamento, está o mentor do grupo, Shoko  Asahara. Os media  japoneses dizem que foi o primeiro a ser enforcado.

Citada pelo Reuters, a ministra da Justiça, Yoko Kamikawa, confirmou os nomes dos sete executados e recordou a “atrocidade extrema” dos crimes que cometeram: “Estes crimes deixaram as pessoas envoltas num medo assustador, tanto no Japão como noutros países, e abalaram a sociedade na sua essência”.

Os culpados integravam a Aum Shinrikyo (Verdade Suprema), uma seita japonesa precursora de um culto apocalíptico, composta por um total de 13 pessoas. Autora de vários crimes – que mataram um total de 27 pessoas –, chocou o país e o mundo em 1995 ao rebentar sacos de gás sarin liquidificado em cinco carruagens de metro, na capital do Japão. Asahara – cujo nome verdadeiro era Chizuo Matsumoto – não teve participação directa no ataque, mas planeou-o e ordenou-o.

A transferência recente de alguns dos membros da seita para um outro estabelecimento prisional foi encarada pela comunicação social japonesa como um sinal claro de que a sua execução poderia acontecer a qualquer momento. Confirmados os enforcamentos, resta saber o destino dos restantes seis elementos do grupo.

Nessa altura, a Amnistia Internacional criticara a solução e o timing do Governo japonês, argumentando que o seu objectivo com o aceleramento da execução dos membros da Verdade Suprema estava relacionado a com a mudança de imperador em 2019 e com os Jogos Olímpicos de 2020. Dois acontecimentos que colocarão o Japão no centro das atenções da comunidade internacional e que o Governo de Shinzo Abe não quer manchar com execuções, acusa a organização.

Esta sexta-feira, o representante da Amnistia na Ásia Oriental voltou a deixar críticas sobre a aplicação da pena de morte. “A pena de morte nunca pode respeitar os direitos humanos, uma vez que é a negação suprema do seu exercício”, defendeu Hiroka Shoji em comunicado.

Junto dos familiares das vítimas do ataque de 1995 a opinião é distinta. Shizue Takahashi, viúva de um trabalhador do metropolitano que morreu no ataque, diz que a aplicação da pena de morte foi “correcta” e lamentou que os pais do seu marido “não tenham vivido tempo suficiente para ouvir as notícias desta execução”.

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