Exposição que convida a conhecer Rota das Catedrais é inaugurada em Lisboa

Trata-se de uma iniciativa da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, que assinaram em 2009 um acordo de cooperação para desenvolvimento do projecto Rota das Catedrais.

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Sé Catedral de Coimbra PAULO RICCA / PUBLICO

Uma exposição inédita sobre o património das catedrais do país, com 110 peças, muitas delas tesouros nacionais, constitui um convite aos visitantes para conhecerem este "património único", e foi inaugurada esta quarta-feira no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Intitulada Na Rota das Catedrais - Construções (d)e Identidades, a mostra que é inaugurada hoje ficará patente ao público a partir de quinta-feira, até 30 de Setembro deste ano, na Galeria D. Luís.

"Esta exposição mostra um pouco do melhor que existe em todas as catedrais, edifícios muito importantes para a constituição de uma identidade nacional, secular, relacionada com os inícios da fundação da nacionalidade", disse à agência Lusa o comissário da mostra, Marco Daniel Duarte, historiador de arte e director do Museu do Santuário de Fátima, quando da montagem.

A exposição é uma iniciativa da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, que assinaram em 2009 um acordo de cooperação para desenvolvimento do projecto Rota das Catedrais.

A iniciativa abrange todo o território português, e envolve parceiros locais, regionais e nacionais — através dos cabidos, paróquias e direcções regionais de Cultura — a par de outras entidades, que, ao longo dos anos, levaram a diversas acções de valorização do património envolvido.

Os objectos expostos vão do mobiliário à ourivesaria, passando pela pintura, matéria têxtil, escultura, peças ligadas à prática litúrgica, livros antigos e partituras musicais.

"A partir desta exposição cultural e científica podemos olhar este património de forma mais consistente, valorizá-lo e amá-lo, um verbo que às vezes é tão difícil de usar, mas que é fundamental, porque só quando o amamos, podemos identificar e conseguimos preservar para as gerações que vêm a seguir", sublinhou o comissário.

Entre as 113 peças — muitas delas tesouros das catedrais, ou vindos de museus, bibliotecas e arquivos — estão pinturas, paramentos, documentos, objectos de culto e esculturas.

De acordo com o comissário, as peças percorrem um longo período temporal: a peça mais antiga é um prato de cerâmica do século VIII antes de Cristo, descoberto em escavações na Sé de Lisboa, e a mais recente uma escultura Pietá de José Rodrigues, já do século XXI, da Catedral de Bragança.

O objectivo primordial "é que depois de o visitante passar por esta exposição sinta necessidade de fazer essa rota pelo país e conhecer Portugal a partir das catedrais".

Igualmente em declarações à agência Lusa, Paula Silva, directora-geral do Património Cultural, apontou que "dificilmente este momento se repetirá", com um tão grande número de peças provenientes de catedrais de todo o país, de museus e de bibliotecas.

"É um momento único, e o objectivo desta exposição é voltar a chamar a atenção para a Rota das Catedrais, e dar-lhe uma nova dinâmica, convidando os visitantes a visitá-las", salientou. Nesse sentido, é também lançado um roteiro para o público realizar as visitas.

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