O Rock in Rio começa agora, com Muse, Haim e Bonga – e sem Zé Pedro

A oitava edição do festival em Lisboa arranca este sábado. Bruno Mars, Demi Lovato, The Killers, The Chemical Brothers, Katy Perry e Jessie J também passarão pelo Parque da Belavista.

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Os Muse são os cabeças-de-cartaz na noite de abertura do oitavo Rock In Rio NUNO FERREIRA SANTOS

O primeiro dia da oitava edição do Rock in Rio em Lisboa será, segundo o cartaz, dos Muse. Caberá aos britânicos a honra de serem os cabeças-de-cartaz deste sábado: a banda de rock épico não lança um disco desde 2015, mas é suposto editar o sucessor de Drones este ano, tendo saído um single cá para fora em Fevereiro. Mas o festival não se fica por aí, musicalmente falando. No mesmo palco principal, o Palco Mundo, há actuações dos também britânicos BΔSTILLE, que também têm disco novo para sair, das Haim, as irmãs de Los Angeles que lançaram Something to Tell You no ano passado e para quem Paul Thomas Anderson realiza telediscos e documentários, e do português Diogo Piçarra. O festival continuará no domingo e, depois, regressa na sexta e no sábado da próxima semana.

Não que o Rock in Rio seja só o palco principal, claro. Há mais três palcos, mesmo que um deles não tenha assim tanta música quanto isso (e nem sequer se entrará aqui na questão de ter ou não o rock que dá o nome ao festival). No Music Valley, que funciona de tarde e tem uma piscina, o primeiro dia faz-se com os portugueses Carolina Deslandes, Moullinex, Da Chick e DJ Vibe. O EDP Rock Street, este ano dedicado às músicas africanas, tem os guineenses Kimi Djabaté e Tabanka Djaz, bem como o angolano Bonga. Por fim, o Super Bock Digital Stage contará com fenómenos não-musicais da Internet como Wuant ou Bumba na Fofinha, mas também com uma actuação do grupo de rap GROGNation.

É no Pop District, uma nova zona dedicada à cultura pop que aproxima o festival de algo como a Comic Con, que se pode encontrar este último palco, cuja programação musical incluirá, ao longo do resto do festival, nomes como Átoa ou Eva RapDiva. Com especial enfoque no cinema e nos videojogos, o Pop District apresentará excertos de novos filmes e terá cosplay, dança e sósias de pessoas famosas. 

No domingo, a grande atracção é o enérgico Bruno Mars, que também não tem disco novo, mas está a queimar os últimos cartuchos de 24K Magic (2016), que continua a gerar singles, incluindo uma remistura de Finesse com rapper Cardi B lançada este ano. Além do havaiano, o alinhamento do segundo dia passa também pela cantora, actriz e activista Demi Lovato, que subiu à fama nos filmes Camp Rock, do Disney Channel. Lançou um disco novo em 2017, Sorry not Sorry, mas ainda esta quinta-feira estreou uma canção, Sober, em que refere uma recaída no álcool após seis anos de abstinência. A brasileira Anitta, que há cinco anos editou Show das Poderosas e tem continuado a acumular êxitos entre a pop, o funk brasileiro, o reggaeton e o r&b desde então, completa, juntamente com o português Agir, o cartaz do Palco Mundo.

Em alternativa, ainda este fim-de-semana, o Music Valley terá Língua Franca, o colectivo de rap que une a portuguesa Capicua aos brasileiros Emicida e Rael, desta feita com Sara Tavares como convidada, bem como HMB, Dillaz ou Bispo, enquanto na sexta e no sábado da próxima semana haverá Capitão Fausto, Manel Cruz, Carlão e Blaya.

Quanto ao EDP Rock Street, Cabo Verde estará representado no domingo pela música do rapper português Karlon, que rima em crioulo e se vai apresentar em palco com Chullage e DJ X-Acto, e pelo funaná dos Ferro Gaita, havendo também uma actuação do ecléctico rapper congolês Baloji, que cresceu na Bélgica. 

A primeira vez sem Zé Pedro

Mas o festival não se fica por estes dois dias. No fim-de-semana seguinte, os cabeças-de-cartaz de sexta-feira no Palco Mundo serão os norte-americanos The Killers, a banda de Brandon Flowers que lançou Wonderful Wonderful, o quinto álbum, em 2017. No mesm dia, os Xutos & Pontapés regressam pela oitava vez consecutiva ao festival; será a primeira vez sem Zé Pedro (1956-2018), ao qual prestarão homenagem, com a ajuda de Marcelo Rebelo de Sousa e de outros políticos em cima do palco. O cartaz completa-se com os britânicos The Chemical Brothers, nome maior daquilo a que nos anos 1990 se chamava big beat, com quase 30 anos de experiência e mais de 20 de êxitos reconhecíveis, e com os também britânicos James, que regressam ao nosso país pouco antes de lançarem em Agosto Living in Extraordinary Times.

Já no sábado, dia 30, o último do festival, o Palco Mundo terá como maior atracção Katy Perry, a cantora pop norte-americana com ascendência açoriana, que volta a Lisboa sete anos depois de ter passado pelo Campo Pequeno, agora com Witness, de 2017, na bagagem. No encerramento, actuam também a britânica Jessie J, que lançou R.O.S.E. em Maio, a brasileira Ivete Sangalo, que, tal como os Xutos, esteve em todas as edições portuguesas do festival, e Hailee Steinfeld, nomeada para um Óscar em 2011 pelo papel em Indomável, e que tem colaborado musicalmente com nomes como Alesso, Machine Gun Kelly ou Joe Jonas.

A programação africana do EDP Rock Street passa, no dia 29, pelo angolano Jack Nkanga, que agora assina como A’Mosi Just A Label, Moh! Kouyaté, e pelo angolano Nástio Mosquito com a sua DZZZ Band. A fechar o palco, no dia 30, actuam o angolano Paulo Flores, o trio Batuk, que junta os produtores sul-africanos Spoek Mathambo e Aero Manyelo à vocalista moçambicana Carla Fonseca, e Selma Uamusse, a cantora, também moçambicana, radicada em Portugal.

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