As Noites de Verão regressam para dois meses de concertos em Lisboa

A curadoria da Filho Único no Jardim dos Coruchéus em Julho e no Museu do Chiado em Agosto inclui este ano Norberto Lobo, Equiknoxx, Lena d'Água, Mark Ernestus' Ndagga Rhythm Force, Brigid Mae Power, Rafael Toral, Sallim e Barre Philips. Todas as sextas-feiras, sempre às 19h30 e com entrada livre.

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A programação arranca a 6 de Julho, com Norberto Lobo, Marco Franco e Ricardo Jacinto

Primeiro era só no Museu do Chiado. Agora, a Filho Único divide as suas lisboetas Noites de Verão – que voltam pelo nono ano consecutivo – entre o Jardim dos Coruchéus, em Alvalade, e o museu onde nasceram. Julho é nos Coruchéus, Agosto no Chiado, sempre às sextas-feiras ao final da tarde, pelas 19h30, e sempre com entrada livre.

A programação arranca a 6 do próximo mês, com Norberto Lobo acompanhado pelo baterista Marco Franco e o violoncelista Ricardo Jacinto, com quem gravou o recente Estrela, desta feita sem o trompete de Yaw Tembé. Na semana seguinte, o trio de base do colectivo de dancehall jamaicano digital Equiknoxx, representado pelos produtores Gavsborg e Time Cow e a vocalista Shanique Marie, trazem com eles a cultura dos soundsystems mas olham para a frente. No activo desde 2005, lançaram Colón Man, o primeiro álbum idealizado como tal, no final do ano passado. No dia 20, é altura de subir ao palco Lena d’Água, ícone da música portuguesa, aqui acompanhada pelos jovens da Xita Records, com uma espécie de supergrupo da editora que inclui Manuel Lourenço (Primeira Dama), João Raposo, Inês Matos e Martim Brito (Veenho). As Noites de Verão despedem-se de Alvalade a 27, com a Ndagga Rhythm Force da lenda do techno alemão Mark Ernestus, metade de Rhythm & Sound – entre vários outros projectos com Moritz Von Oswald – que hoje explora a música africana, em particular os ritmos senegaleses. Yermande, o disco de estreia, saiu em 2016.

A transição para os Jardim das Esculturas do Museu do Chiado faz-se a 3 de Agosto, com a irlandesa Brigid Mae Power, cujo segundo álbum, The Two Worlds, foi editado este ano, produzido pelo seu marido, o também cantor/compositor Peter Broderick. O primeiro single era um hino anti-sexismo chamado Don’t Shut Me Up (Politely). Passada uma semana, o português Rafael Toral revisita Wave Field, peça editada em disco em 1995, reeditada pela Dexter’s Cigar, subsidiária da indie norte-americana Drag City, em 1998, e remasterizado em 2016. A obra será mostrada em som surround, misturada especialmente para a ocasião, e assenta em ressonâncias, feedback e loops de guitarra eléctrica, com electrónica e manipulação de fita magnética. A 17, Sallim, o nome sob o qual Francisca Salema escreve doces e delicadas canções à guitarra, actua, presumivelmente a mostrar o material que tem desenvolvido para o sucessor de Ísula, disco de estreia que saiu em 2016 pela Cafetra Records.

As Noites de Verão despedem-se no dia 24 de Agosto, com Barre Philips, veterano contrabaixista norte-americano radicado em França que trabalhou com nomes como Derek Bailey, Paul Bley, Evan Parker, Eric Dolphy, Archie Shepp ou Peter Brötzmann. Há 40 anos lançou um dos primeiros discos de contrabaixo a solo, e assim que se vai apresentar no Chiado.

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