Marianna Zampieri descobriu a paixão pela fotografia há seis anos quando adoptou Arthur, o seu gato. Mal sabia a italiana que se viria a tornar numa "gatógrafa" assumida.
O seu último trabalho é prova disso mesmo. A viver em Vicenza, a cerca de 70 quilómetros de Veneza, há mais ou menos um ano começou a fotografar os gatos que habituam as calli (ruas) venezianas. Falou com os locais, criou um mapa com os sítios da cidade onde poderia encontrar gatos e pôs pés ao caminho. Assim contou a história de perto de 120 gatos, que agora podem ser conhecidos no livro Cats in Venice, lançado em Abril, e que reúne mais de 200 fotografias de bichanos daquela cidade. É, afinal de contas, o sucessor natural da página de Facebook do projecto.
Este, no entanto, não é o primeiro projecto que Marianna dedicada ao universo felino. Tudo começou em 2015 com Passions, série que reflecte sobre a cumplicidade entre felinos e humanos. Como? Através de imagens capturadas durante momentos de lazer, em actividades como a dança, a leitura e a escrita. “O meu objectivo é tentar capturar a beleza da relação entre gatos e pessoas e demonstrar a grande dignidade e incrível capacidade de adaptação destes animais”, contou a fotógrafa por email ao P3.
Durante este projecto, Marianna percebeu que muita gente tem gatos no espaço de trabalho, o que deu origem ao projecto C-AT Work, em que documenta a presença dos bichanos em locais invulgares, onde não os vemos habitualmente.
Nas imagens de Marianna nada é encenado ou forçado. “Todos os gatos são únicos, têm personalidades diferentes e são muito imprevisíveis”, explica a fotógrafa. Para a italiana, essa é a parte mais complicada do seu trabalho: “Eles não fazem o que queres, quando queres, por isso apenas espero e tento ver o que acontece.”