Festival de Teatro de Almada vai ter quatro estreias em dez produções portuguesas

Programa decorre de 4 a 18 de Julho em palcos de Almada e de Lisboa, e vai contar também com 15 produções estrangeiras.

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Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada Nuno Ferreira Santos

Quatro estreias em dez produções portuguesas e 15 espectáculos estrangeiros fazem parte da programação do 35.º Festival de Almada, a decorrer de 4 a 18 de Julho, anunciou este domingo a companhia anfitriã, a Companhia de Teatro de Almada (CTA).

Apesar de a apresentação da programação estar agendada para 15 de Junho, na Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, em Almada, a CTA divulgou já na sua página da internet alguns dos espectáculos que podem ser vistos na edição deste ano do festival, a decorrer em várias salas do concelho de Almada e outras de Lisboa.

A realização desta edição do festival chegou a estar em risco, devido à diminuição de verbas da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), no âmbito do concurso ao programa de apoio sustentado ao teatro, conforme disse à Lusa o director da companhia, Rodrigo Francisco.

A CTA, com sede no Teatro Municipal Joaquim Benite, recebeu porém a garantia da presidente da câmara local, Inês de Medeiros, de que continuará a desenvolver todos os esforços no sentido de que o festival "veja reconhecida, por quem de direito, a sua importância como acto único no panorama teatral português", lê-se ainda no sítio da companhia, na internet.

Apesar de ser a companhia que vai receber mais verbas da DGArtes este ano (312 mil euros), a promotora do festival viu-se confrontada com um corte de 87.921 euros face à verba que recebera no primeiro ano do anterior quadriénio. Uma verba que, para o director da companhia e do festival, é insuficiente, já que metade do montante se destina à realização do Festival de Almada, certame que a CTA não pôde candidatar a título individual.

A variação, de acordo com os dados publicados na página oficial da DGArtes, representa um corte de 22 por cento face aos 399.921 euros de média com que a CTA foi subsidiada em 2013 e 2015.

Regresso de Bigre - Mélo Burlesque

Como é hábito no festival, a edição deste ano abre com o "Espectáculo de Honra" escolhido pelo público na edição de 2017. O palco principal da Escola D. António da Costa, em Almada, voltará assim a acolher, a 4 de Julho, a peça Bigre - Mélo Burlesque, um melodrama burlesco sem palavras que venceu o Prémio Molière (França) de 2017, e que conquistou também o público do festival português. Bigre, de Pierre Guillois, é uma produção francesa da Compagnie Le Fils du Grand Réseau.

Lilliom, um texto do húngaro Ferenc Molnár, com encenação de Jean Bellorini, considerado "um dos mais destacados criadores da nova geração do teatro francês", é, segundo a CTA, outro dos espectáculos que podem ser vistos na edição deste ano do festival. Encenada pelo actual director do Théâtre Gérard Philipe, em Saint-Denis, na região de Paris, a peça subirá ao palco do Teatro Municipal Joaquim Benite nos dias 9 e 10 de Julho.

Em co-apresentação com o Teatro Nacional D. Maria II, nos dias 15 e 16 de Julho, será representada Actrice, na sala da capital. Com texto e encenação do coreógrafo, dramaturgo e encenador francês Pascal Rambert, Actrice é um espectáculo em que o autor reflecte sobre o amor, a morte, a liberdade e, sobretudo, o teatro. A actriz francesa Marina Hands, vencedora de um César para melhor actriz, em 2006, pelo desempenho no filme Lady Chatterley, de Pascale Ferran, é uma das protagonistas da peça.

No que respeita aos 15 espectáculos estrangeiros que podem ser vistos na 35.ª edição do Festival de Almada, a CTA revelou apenas que provêm do México, Burkina Faso, Croácia, Eslovénia, Alemanha, Bélgica, Itália, França e Espanha.

O pintor Paulo Brighenti é o autor do cartaz desta edição do certame, cuja programação completa será revelada a 15 de Junho, numa cerimónia que contempla um concerto dos alunos da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas - Hot Clube (que este ano completa 70 anos).

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