Líder da oposição da Malásia libertado após receber perdão real

Anwar Ibrahim estava preso desde 2015 acusado de sodomia. Novo Governo cumpriu a promessa e abriu caminho à sua libertação.

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Anwar Ibrahim à saída da prisão LUSA/AHMAD YUSNI

Anwar Ibrahim, o antigo vice-primeiro-ministro da Malásia que estava preso há três anos sob acusação de sodomia, foi libertado nesta quarta-feira depois de receber um indulto real. A libertação acontece uma semana depois das eleições que deram uma vitória surpreendente a Mahathir Mohamad, de 92 anos.

À saída da cadeia, com uma multidão à sua espera, Anwar, de 70 anos, afastou qualquer conversa sobre o seu futuro político e afirmou apenas que pretende estar com a família. A sua mulher, Wan Azizah Wan Ismail, é a actual vice-primeira-ministra.

Em 2015, Anwar Ibrahim foi condenado a cinco anos de prisão por sodomia, uma acusação que ele diz ter sido da autoria do anterior Governo, liderado pelo então primeiro-ministro Najib Razak, afastado nas eleições deste mês. Não era a primeira vez que enfrentava essa acusação: já tinha sido acusado do mesmo em 2008, com e ilibado em 2012. Negou sempre essas acusações, que foram vistas como manobras políticas para o afastar.

Segundo a Reuters, os apoiantes que o esperavam gritavam "Reforma", o nome do movimento que Anwar lançou há duas décadas para combater o establishment político da Malásia tendo-se tornado na principal figura da oposição no final dos anos 1990. 

Foi vice-ministro de Mahathir Mohamad na década de 1990, mas desentendeu-se com ele, durante a crise financeira asiática de 1992. Tornou-se na altura a principal figura da oposição. Aliás, as primeiras acusações de sodomia surgiram então.

Agora, com o regresso de Mahathir Mohamad ao poder, aos 92 anos, há a expectativa de que Anwar Ibrahim regresse ao governo. 

Apesar de ter dito que as suas prisões foram ordenadas por Mahathir e Najib, Anwar afirmou à saída da prisão, esta quarta-feira, que perdoou ambos. Sobre o seu papel político daqui para a frente não disse nada, mas garantiu que apoia o actual Governo.

Através de um pacto pré-eleitoral, Mahathir comprometeu-se a abrir caminho ao perdão de Anwar (apesar de este ter sido concedido pelo rei) e, talvez, permitir que ocupasse o cargo de primeiro-ministro. No entanto, de acordo com a Reuters, o actual primeiro-ministro foi vago: disse que espera manter-se no cargo por um, dois ou mais anos.

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