Líder da oposição na Malásia absolvido de sodomia

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À saída do tribunal, Anwar Ibrahim disse ter ficado "um pouco surpreendido" com a absolvição Bazuki Muhammad/Reuters

O julgamento de Anwar Ibrahim, acusado de sodomia, chegou ao fim depois de dois anos. O líder da oposição no país foi absolvido por um tribunal da capital, Kuala Lumpur, nesta segunda-feira. As provas de ADN submetidas pela acusação “duvidosas”.

Anwar Ibrahim recusou sempre as acusações, que poderiam levá-lo para a cadeia por um período de até 20 anos. A sodomia é uma prática ilegal na Malásia, de maioria muçulmana, mesmo quando praticada consensualmente por dois adultos – no caso, segundo os procuradores, Ibrahim e um antigo assessor.

“Graças a Deus, prevaleceu a justiça”, disse Anwar Ibrahim, de 64 anos, à saída do tribunal. Apesar de a sodomia, ainda que ilegal, motive poucas condenações no país, o Los Angeles Times escreve que a conclusão deste “controverso” julgamento foi “inesperado”.

Anwar Ibrahim, que chegou a ser vice-primeiro-ministro entre 1993 e 1998, é da mesma opinião: “Para ser franco, estou um pouco surpreendido”. Disse por diversas vezes que este julgamento tinha motivações políticas. As acusações de sodomia surgiram após as eleições de 2008, nas quais Ibrahim imergiu como líder da oposição.

A Malásia é uma monarquia constitucional governada, há cinco décadas, pela Organização Nacional dos Malaios Unidos. Anwar Ibrahim conseguiu, em 2008, abalar os resultados eleitorais do partido no poder. A absolvição de Ibrahim chega num ano em que se esperam novas eleições no país (apesar de o calendário oficial apontar para 2013).

O ministro malaio da Informação, Rais Yatim, disse que o veredicto mostra que a justiça é independente do poder político. “A Malásia tem uma justiça independente. A actual onda de reformas democráticas ousadas introduzidas pelo primeiro-ministro, Najib Razak, vai ajudar a estender essa transparência a todas as áreas da vida da Malásia”, afirmou, citado pela BBC.

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