Peter Aalbaek Jensen, produtor e sócio do dinamarquês Lars von Trier, admitiu que vai deixar de “dar palmadas nos rabos” dos funcionários da produtora Zentropa. Isto porque, segundo o próprio, já não é visto da mesma forma que era “há dez ou quinze anos”. Aalbaek Jensen já tinha sido acusado em Novembro por nove antigas funcionárias por má conduta sexual.

“Sempre fui um tipo animado e há 20 anos que tenho dado palmadas nos rabos de homens e mulheres nesta empresa, mas nunca tentei dormir com ninguém”, disse Jensen à revista Hollywood Reporter. “Mas hoje em dia isto é visto de forma diferente do que era há cinco, dez ou quinze anos, portanto vou parar de dar palmadas nos rabos”.

Em Novembro, foi noticiado que a produtora de Lars von Trier, a Zentropa, estava a ser investigada pela Autoridade para as Condições de Trabalho dinamarquesa por má conduta sexual depois das queixas de nove antigas funcionárias, que davam conta de apalpões e jogos de teor sexual.

A Hollywood Reporter refere que as autoridades dinamarquesas deram a investigação por concluída, considerando que a empresa tomou as medidas necessárias para assegurar um ambiente laboral seguro e adequado. Aalbaek Jensen abandonou o cargo de director-executivo da Zentropa em 2016, mas continua a exercer funções de produtor e detém 25% daquela que é a maior produtora de cinema da Dinamarca.  

Na denúncia de Novembro, o nome de von Trier não era mencionado pelas queixosas, sendo as principais denúncias referentes a Peter Aalbaek Jensen, que fundou a produtora juntamente com Lars von Trier. “Penso que toda a gente que trabalhou na Zentropa foi exposta ou testemunhou certas coisas. Tanto actos de carga sexual quanto bullying ou ‘provocações’. Tudo isto era uma parte enraizada da cultura [da empresa]”, dizia ao jornal dinamarquês Politiken a produtora Meta Louise Foldager Sorensen, que trabalhou entre 2010 e 2016 na Zentropa. Aalbaek Jensen negou as acusações.

Já o realizador dinamarquês Lars von Trier, também ele envolvido nuns quantos episódios polémicos, regressará este ano ao Festival de Cannes depois de ter estado sete anos proibido de comparecer (por ter dito em 2011 que era nazi e que simpatizava com Adolf Hitler).