João Soares confessa “grande tristeza” com saída de Sócrates, mas vinca ética republicana

Antigo presidente da Câmara de Lisboa diz que o ex-primeiro-ministro tomou a atitude “que já devia ter tomado, em face da gravidade das acusações e das críticas severas que lhe são feitas”.

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Rui Gaudencio

O deputado socialista João Soares declarou nesta sexta-feira, no Parlamento, sentir uma “grande tristeza” devido à desfiliação do PS do antigo primeiro-ministro José Sócrates, mas vincou a importância dos “princípios da ética republicana”.

“É um momento triste na história do PS porque ver partir, por abandono, um anterior secretário-geral é qualquer coisa que a mim, pessoalmente, me dá uma grande tristeza. Agora, há também questões de natureza, que têm que ver com os princípios da ética republicana, que têm de ser consideradas nesta matéria”, afirmou o ex-ministro da Cultura do actual Governo.

O filho do histórico socialista e antigo Presidente da República Mário Soares citou declarações de outro fundador do PS, António Arnaut, que afirmou que Sócrates tomou agora uma atitude “que já devia ter tomado, em face da gravidade das acusações e das críticas severas que lhe são feitas”.

“Tem de se respeitar a posição de José Sócrates que, aliás, insisto, não foi tratado com a dignidade devida enquanto arguido e, agora, enquanto acusado”, afirmou ainda João Soares, recordando que nunca foi apoiante do antigo líder socialista e, por isso, está “particularmente à vontade”.

“Que eu saiba, não há nenhuma posição sobre esta matéria da direcção actual do PS nem houve nunca porque o PS, desde que o actual secretário-geral foi eleito, separou, e bem, sempre, as questões de natureza judicial e jurídica das questões de natureza política”, declarou ainda o antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
 

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