Roma à espera do segundo milagre com a bênção de Dzeko

Jürgen Klopp não esconde o sorriso nem o sonho de carimbar o passaporte para a final da Champions na capital italiana.

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Jogadores da Roma no último treino antes do jogo com o Liverpool LUSA/RICCARDO ANTIMIANI

Roma e Liverpool decidem, na noite desta quarta-feira (19h45), o segundo finalista da Liga dos Campeões, num duelo que poderá desafiar todas as leis e explicações científicas, como pretendem e sonham os italianos, obrigados a repetir o prodigioso afastamento do Barcelona nos quartos-de-final, em condições muito semelhantes, depois do funesto 5-2 da primeira mão, em Inglaterra. 

Os dois golos de Dzeko e Perotti nos últimos 20 minutos do "inferno" de Anfield restituíram a fé à Roma de Eusebio Di Francesco, ainda que o treinador italiano inclua, sem constrangimentos, a tão desejada passagem à final de Kiev no campo dos milagres… Como o conseguido a 10 de Abril, na "Cidade Eterna", frente ao imponente Barcelona, no mesmíssimo Estádio Olímpico onde ainda nenhum adversário ousou marcar na presente edição da Liga dos Campeões.

Como tal, marcar três golos ao Liverpool, precisamente os mesmos com que Chelsea e Barcelona foram brindados na visita a Roma, e ainda vingar a final da Taça dos Campeões Europeus de 1984, disputada no Olímpico, pode nem parecer nada de transcendente, tal como não aparentava ao Manchester City, nos quartos-de-final, depois da derrota por 3-0 em Liverpool.

O grande problema reside no poder ofensivo do tridente forjado por Jürgen Klopp, a quem os romanos terão que dirigir o respectivo "pedido de indulgência". Salah, Firmino e Mané são os apóstolos dos nossos dias em matéria de golos e Di Francesco terá, conforme revelou na antevisão do jogo, consciência de que mesmo a noite mais inspirada do avançado Dzeko – espicaçado pela possibilidade de igualar ou bater o recorde de 17 golos do ex-companheiro Francesco Totti na Champions – pode não ser suficiente.

“Temos de acreditar na reviravolta e dar tudo, cientes de que precisamos fazer algo de extraordinário” referiu o treinador da Roma, invocando de pronto o divino.

“Temos de ter fé e, com a nossa mentalidade e paixão, tentar mais um milagre”, incitou, sem problemas em afirmar que chegar a Kiev passa pela realização de mais um milagre, endossando essa responsabilidade a Dzeko, na esperança de que o bósnio não só iguale o “eterno” Totti, como incorpore o papel de faraó e “ainda mais que o Salah, na primeira mão, faça a diferença na eliminatória”.

Atento, de sorriso franco, Jürgen Klopp nem precisou de sublinhar a história do jogo no Ethiad, onde Salah e Firmino deixaram Guardiola sem argumentos, mesmo depois de Gabriel Jesus ter alimentado a esperança do Manchester City com um golo no segundo minuto.

O holandês Wijnaldum respondeu ao belga Nainggolan – que ao final da manhã evocara o jogo com o Barcelona – para fazer o contraponto: "A Roma já mostrou que consegue recuperar de situações difíceis. Nunca nos podemos esquecer disso. Mas já provámos que conseguimos defender uma vantagem frente ao Manchester City… Eles também sabem isso”.

Klopp, que até convocou três guarda-redes, acrescentou apenas que o Liverpool está em Roma “para lutar pelo sonho e passar à final. Há quem pense que a Roma só precisa vencer por 3-0, mas também vamos entrar em campo. Não vamos ficar no balneário”, lembrou.

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