Alto funcionário do Ministério das Finanças japonês acusado de assédio demite-se

Apesar da demissão, Junichi Fukuda desvaloriza as acusações, dizendo que não podem ser consideradas assédio sexual.

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Junichi Fukuda é acusado de ter feito propostas de cariz sexual a uma jornalista Reuters/KYODO

O ministro-adjunto das Finanças japonês, Junichi Fukuda, demitiu-se na sequência de acusações de assédio sexual, embora mantenha que nada fez. O escândalo é mais uma dor de cabeça para o primeiro-ministro Shinzo Abe, que tem cada vez menos margem de manobra.

Fukuda demitiu-se depois de ter sido revelada uma gravação em que se ouve o responsável a dizer frases de teor sexual a uma jornalista. “Posso abraçar-te?”, “Posso mexer-te nas mamas?”, são algumas das frases escutadas na gravação, diz a BBC.

O canal TV Asahi revelou que uma das suas jornalistas foi vítima de assédio por parte de Fukuda e diz que irá apresentar uma queixa.

O dirigente, porém, desvaloriza as acusações. “Não tenho memória de ter tido estas conversas tão terríveis”, disse Fukuda, que justificou a sua demissão como uma forma de não desestabilizar o trabalho do Ministério das Finanças. Anunciou também que pretende apresentar queixa contra a revista que revelou as conversas.

“Não creio que tenha dito palavras desagradáveis a uma jornalista que possam ser descritas como assédio sexual”, afirmou o “número dois” do Ministério através de um comunicado,citado pelo Japan Times.

O escândalo enfraquece ainda mais o Governo liderado por Shinzo Abe, que está na mira da opinião pública por causa das suspeitas de ter favorecido um amigo da mulher numa venda de terrenos públicos.

No fim-de-semana passado, uma manifestação em Tóquio juntou 50 mil pessoas que pediam a demissão do primeiro-ministro e é cada vez mais profunda a convicção de que Abe poderá afastar-se nos próximos meses.

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