O desafio da Cascais 2018 – Capital Europeia da Juventude

Celebrar e acompanhar as novas gerações é proporcionar-lhes experiências em todas as dimensões.

A missão de uma Capital Europeia da Juventude é valorizar a importância das futuras gerações. É contribuir para que os jovens possam viver, sentir, estudar, empreender, divertirem-se e voluntariarem-se para ajudar os outros, para serem atores centrais de uma sociedade em mudança, onde cada um deve ter o apoio e o acesso às oportunidades que lhe permita ganhar a vida. Este é o desafio da Cascais 2018 – Capital Europeia da Juventude.

Celebrar e acompanhar as novas gerações é proporcionar-lhes experiências em todas as dimensões. Experiências que sejam atrativas, divertidas, desafiantes – mas que também sejam exigentes, que requeiram compromisso: experiências que premeiem o esforço, que distingam a competência e que detetem e potenciem o talento.

Ao longo destes meses como comissária de Cascais Capital Europeia da Juventude 2018 tive oportunidade de confirmar a minha convicção: não faz sentido pensar na juventude como um grupo uniforme. Não falo só das condições de partida, ou da condição de recursos: falo das diferentes perspetivas e formas de pensar dos jovens que convivem nos mesmos estratos, espaços ou circunstâncias, sejam elas sociais, culturais ou económicas. Uns reclamam direitos – emprego estável, por exemplo –, outros fazem gala em deixar empregos, em ter vários empregos, em serem “experimentadores profissionais”. Não há dois jovens iguais, não há grupos de jovens iguais: cada caso é um caso e a diferença é uma das marcas da juventude contemporânea, se é que alguma vez foi diferente.

O desafio fundamental hoje quando trabalhamos projetos com jovens (e não apenas “para” jovens) é criar condições para que eles exercitem a sua capacidade de adaptação à mudança. É apoiá-los a tornarem-se definitivamente os seus protagonistas e a conseguirem criar – através do seu empenho e dedicação, mas também do seu lazer e do seu divertimento – as condições para realizarem os seus projetos de vida, transformando-se a si e ao mundo em seu redor.

Este debate convida-nos a refletir sobre como preparar os mais jovens para inovarem em áreas fundamentais como a robótica, a inteligência artificial ou a física quântica, só para dar três exemplos. Cruzar a economia com a ciência, cruzar a economia com a cultura, com a criatividade.

Uma Capital Europeia da Juventude é um laboratório de tudo isso. E Cascais tem sido, neste capítulo, um território pioneiro a nível europeu. Desde há anos que jovens – logo a partir dos 12 anos – são acompanhados e formados em ações de voluntariado. Essa formação resulta do empenhamento do município, que contrata um grande número de formadores para que estas experiências sejam enriquecedoras: hoje, muitos dos formadores são jovens que já fizeram o programa em anos anteriores.

Uma Capital Europeia da Juventude não se limita, contudo, a sinalizar oportunidades de formação e de primeiras experiências de trabalho e de responsabilidade para os jovens. Nem a ser uma ótima oportunidade de divertimento, de acesso a espetáculos e a momentos de celebração – embora estes sejam muito importantes, uma vez que os momentos de ócio e de festa são eixos que estruturam uma sociedade e fundam a sua coesão.

Uma Capital Europeia da Juventude também quer contribuir para fazer da juventude uma prioridade política e social. Não queremos apenas abrir horizontes para as novas gerações: queremos ser parceiros na aventura que é explorar estes caminhos, mostrando que o mundo é vasto, muito dinâmico e, cada vez mais, acessível. Podemos conhecê-los juntos!

O despertar da curiosidade, a abertura ao novo, ao diferente, ao desafio, são a marca do tempo futuro. E este começa, em 2018, em Cascais. Queremos dar a conhecer e abrir as velas para os ventos que sopram de locais improváveis. Sentir as novas tendências, e, se possível, criá-las. Valorizar o que é inovador e trazer para cá o que está a resultar noutros países e pode ser interessante para os jovens portugueses.

É este programa que estamos a executar na Capital Europeia da Juventude.

A autora escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

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