Associação dos Amigos do Coliseu aprova contrato com a seguradora Ageas

Associação também aprovou o início das negociações com a câmara local para encontrar um modelo jurídico que permita a realização de obras no edifício, orçadas em seis milhões de euros.

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Rui Farinha | NFactos

A Associação dos Amigos do Coliseu do Porto aprovou nesta segunda-feira o contrato-patrocínio com a seguradora internacional Ageas que, nos próximos três anos, vai apoiar o espaço com 900 mil euros, com possibilidade de renovação por igual período e valor.

Durante esse tempo, a sala, inaugurada em 1941, passa a adoptar o nome comercial "Coliseu Porto Ageas". Além disso a marca será publicitada em alguns espaços do edifício e passa a ser a patrocinadora oficial.

À saída da assembleia-geral extraordinária da associação, o presidente do Coliseu do Porto, Eduardo Paz Barroso, explicou que a verba da Ageas, um dos associados fundadores, é para a gestão do coliseu, podendo ser aplicado no que seja necessário.

"O coliseu vive fundamentalmente das suas receitas, receitas essas que tem permitido ter contas e resultados positivos, mas que estão longe das efectivas necessidades na sua gestão quotidiana", sublinhou.

Na proposta, a que a Lusa teve acesso, a direcção adiantou que a implementação das novas directrizes e posicionamento do coliseu determinam a necessidade de uma estabilidade e previsibilidade orçamental que permita racionalizar os recursos, suportar a actividade e sedimentar o projecto.

"Os apoios financeiros à actividade que tem sido obtido nos últimos anos junto de parceiros, quer de terceiros, quer de associados, assumem, por regra e, também, por imposições legais, um carácter aleatório e incerto, o que provoca constrangimentos financeiros na execução dos planos de actividades definidos pela direcção", sustentou.

A cerimónia de assinatura desta parceria entre o Coliseu do Porto e a Ageas está agendada para a próxima quinta-feira, às 18h30.

Negociações com câmara sobre modelo jurídico para fazer obra

Também nesta segunda-feira a Associação Amigos do Coliseu do Porto aprovou, por unanimidade, o início das negociações com a câmara local para encontrar um modelo jurídico que permita a realização de obras no edifício, orçadas em seis milhões de euros.

A direcção está autorizada a "iniciar negociações com a Câmara Municipal do Porto a fim de ser encontrado um modelo e figurino jurídico que permita a realização das obras no Coliseu do Porto e nos seus equipamentos, designadamente através da transmissão do edifício ou da cessão temporária da utilização do edifício, mantendo-se a actividade e gestão do Coliseu Porto, ainda que de forma indirecta", refere a proposta aprovada, a que a Lusa teve hoje acesso.

À saída da assembleia-geral extraordinária, o presidente do Coliseu do Porto, Eduardo Paz Barroso, disse que a câmara, tal como já o manifestou publicamente, está disponível para encontrar uma solução que permita a realização de obras, assegurando a manutenção e modernização do edifício.

O dirigente explicou que a associação está impossibilitada de realizar obras com fundos próprios ou com recurso a financiamento bancário, os quais mesmo que pudessem ser obtidos colocavam em perigo a manutenção da actividade do coliseu.

Perante esta dificuldade, no final de Março, em conferência de imprensa, o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, disse que quer e pode" reabilitar o coliseu, tendo, para isso, de haver um trespasse do equipamento para a autarquia, através da empresa de Cultura.

O trespasse da actividade é a "solução mais adequada" para que a câmara possa assumir a titularidade das obras e assegurar, durante o período da sua reabilitação que implica o seu fecho, a "manutenção" das equipas de trabalho, explicou, na altura.

Rui Moreira entendeu que este é o "modelo mais adequado" porque, de outra forma, não é possível realizar as obras, tendo esta solução sido consensualizada com o Governo e com a Área Metropolitana do Porto que também entendem ser o "melhor".

Quanto ao trespasse, Moreira adiantou que esse não pode ser feito ao município, mas sim à empresa municipal de Cultura, cujo Tribunal de Contas (TdC) chumbou, tendo a autarquia já recorrido da decisão.

As obras a realizar serão de "pura e dura" manutenção, implicando uma intervenção na torre, a substituição da cobertura, a renovação de infra-estruturas de apoio e a recuperação de parte do revestimento interior.

O Coliseu do Porto é propriedade da Associação dos Amigos do Coliseu Porto, sem fins lucrativos e com estatuto de utilidade pública, fundada em 1995 para evitar a venda do edifício a uma seita religiosa.

 

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