Hong Kong: uma nova geração a combater preconceitos

Tinha deixado Hong Kong aos 11 anos e sentia um incómodo crescente pela perda de ligação à sua cultura. Por isso, Alexandra Leese regressou a casa, com um "forte desejo de conexão e descoberta" em relação àquilo que sentia ter negligenciado. Assim, de um forma muito pessoal, principiou um projecto que se revelou um retrato social sobre uma realidade a que tinha perdido o rasto. Em Boys of Hong Kong — um documentário e uma revista —, a fotógrafa percorre os caminhos de uma nova tendência em Hong Kong: uma geração com uma identidade de género menos rígida na cultura masculina. E procura fazer cair preconceitos sobre a diversidade dos homens asiáticos e os preconceitos à volta deles. "Na sociedade ocidental os homens asiáticos tendem a ser considerados menos atraentes", explicou numa entrevista à plataforma Dazed, onde lamenta a persistência de estereótipos como o de que os chineses "são todos iguais". "Pretendo mostrar a diversidade masculina asiática e celebrar a sua beleza", diz. Mesmo para a fotógrafa baseada em Londres, e cuja principal aposta se faz na área do retrato e da moda, a surpresa aconteceu. "Não estava à espera que adolescentes das escolas de Hong Kong tivessem ideias tão profundas e progressivas em relação ao género", aponta. Eis a nova geração de rapazes de Hong Kong: a desmontar preconceitos.