Trabalhadores das Carnes Nobre protestam hoje em Rio Maior por aumentos salariais

Em causa estão aumento salarial de 50 euros, integração da hora do almoço no horário de trabalho, atribuição de horas de amamentação a trabalhadoras lactantes, redução dos vínculos de trabalho precários.

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Fábrica da Nobre em Rio Maior Tiago Machado

Trabalhadores da Carnes Nobre, em Rio Maior, cumprem hoje uma paralisação e manifestam-se em frente às instalações da empresa para reivindicarem um aumento salarial de 50 euros e a integração da hora do almoço no horário de trabalho.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) afirma que a greve e a concentração agendada para a tarde de hoje em frente à Academia Nobre, seguida de deslocação até à Câmara de Rio Maior, no distrito de Santarém, se devem ao facto de os trabalhadores não serem aumentados "há vários anos".

Segundo o SINTAB, foi apresentado um pré-aviso de greve para o período das 12h às 24h, "de forma a permitir a participação dos trabalhadores na iniciativa acordada em plenário", estando previsto um encontro com a presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais.

Numa nota, a União dos Sindicatos de Santarém (CGTP-IN) afirma que este encontro vai "no sentido dessa entidade agir de forma a influenciar o Grupo Campo Frio a ter emprego de qualidade no concelho".

"Esta tomada de posição por parte dos trabalhadores e do sindicato que convocou o protesto, visa denunciar algumas das situações pouco dignas que se vivenciam no quotidiano dos trabalhadores daquela empresa", refere a nota.

A USS afirma que os trabalhadores reivindicam "melhores salários, o cumprimento da lei no que diz respeito aos horários de trabalho e atribuição de horas de amamentação a trabalhadoras lactantes, a redução dos vínculos de trabalho precários".

Contactada pela Lusa, a empresa remeteu uma reacção para a Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), de que a Nobre Alimentação é associada.

Numa "nota de esclarecimento", a APIC declara que, nos últimos anos, têm sido desenvolvidos esforços para a existência de tabelas salariais "que permitam um nivelamento salarial devidamente ajustado às funções".

Afirmando defender o diálogo social, a APIC apela ao "sentido de responsabilidade dos sindicatos para que neste processo sejam encontradas as soluções mais adequadas para o sector e para os seus trabalhadores", sublinhando ser sua missão "assegurar a competitividade necessária para que o sector continue a crescer dentro e fora do país".

"Os associados da APIC empregam cerca de 6600 trabalhadores e mantêm o seu forte compromisso com a valorização da dignificação de todos os seus colaboradores", acrescenta.

O protesto dos trabalhadores das Carnes Nobre insere-se na "semana de luta pela igualdade de géneros", promovida pela CGTP-IN, sendo uma das 17 acções agendadas para hoje em vários pontos do país com o tema da discriminação salarial, da precariedade laboral, das doenças profissionais, do assédio, da maternidade e paternidade e da conciliação do trabalho com a vida familiar e pessoal a servir de mote aos diversos plenários e iniciativas de rua previstas.

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