Condenado a internamento homem que atacou professora universitária com machado

Antigo estudante vai cumprir pena de sete anos e sete meses em estabelecimento médico-psiquiátrico. Mas fica em prisão preventiva enquanto aguarda que a decisão transite em julgado.

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Sérgio Azenha

O ex-aluno da Universidade de Coimbra que em Agosto de 2014 atacou uma professora da instituição com um machado, provocando-lhe ferimento nos braços, foi condenado nesta quinta-feira a uma pena de sete anos e sete meses, a cumprir num estabelecimento médico-psiquiátrico.

O Tribunal de Coimbra, onde decorreu a leitura do acórdão, entendeu que houve intenção de matar e o antigo aluno, um irlandês agora com 37 anos, foi condenado por homicídio simples na forma tentada. Uma perícia média já tinha determinado que o arguido é portador de síndrome de Asperger.

Na primeira sessão do julgamento, o arguido disse que tinha apenas a intenção de castigar a docente, que considerava responsável por não lhe ter sido atribuída uma bolsa de investigação.

No entanto, o tribunal interpretou de forma diferente, uma vez que os golpes foram desferidos “de cima para baixo em direcção ao peito”. Para além do tempo de internamento, o arguido vai ter que pagar 50 mil euros de indemnização à vítima e 5480 euros ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, onde esta foi tratada.

Alterada medida de coacção

O tribunal decidiu também alterar a medida de coacção a que ficará sujeito enquanto a decisão não transita em julgado. O homem, que estava impedido de entrar na Universidade de Coimbra mas que aguardou julgamento em liberdade, vai ficar em prisão preventiva.

Na origem da decisão está um email enviado recentemente a uma antiga responsável da Associação de Bolseiros de Investigação Científica. No mail, o arguido referia que “poderia fazer uma visita” a Susana Neves. Os juízes interpretaram a mensagem como uma ameaça e entenderam que existe o receio de continuidade dos actos ilícitos.

O advogado Duarte Figueiredo, diz que a mensagem foi “uma cortesia” e sublinhou que, nos três anos e meio que separam o crime da leitura de sentença, o seu cliente “cumpriu de forma escrupulosa as medidas de coacção”. Refere ainda que vai recorrer da aplicação da prisão preventiva.

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