Político chileno recua com prémio à transexual do Melhor Filme Estrangeiro

Daniela Vega foi a primeira actriz transexual a integrar a apresentação dos Óscares.

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No último domingo, a actriz chilena Daniela Vega fez história ao tornar-se na primeira transexual a participar na apresentação de um Óscar. É a protagonista do filme Uma Mulher Fantástica, realizado por Sebastián Lelio e vencedor de Óscar de melhor filme estrangeiro. No entanto, o autarca da sua cidade natal, Ñuñoa, recusou-se a entregar-lhe o título de cidadã ilustre. Motivo? Por ser transexual, apesar de a cerimónia estar previamente agendada pelo próprio. 

"A quem estaríamos a entregar o prémio? Se temos a identidade de um homem, não podemos entregá-lo a uma mulher", afirmou Andrés Zarhi, na última terça-feira.

No mesmo dia previsto para a entrega da distinção, a actriz foi recebida pela Presidente do Chile, Michelle Bachelet. No final, Daniela criticou a legislação chilena, que não permite a mudança de nome no documento. "Na minha identificação está um nome que não é o meu, porque o país onde nasci não me dá a possibilidade de mudar o nome nos documentos. O tempo vai passando e nós estamos à espera”, declarou, citada pela BBC. Daniela Veja assumiu-se como transexual ainda durante a sua adolescência.

Na cerimónia dos Óscares, Daniela Veja apresentou o cantor Sufjan Stevens, e chamou-o ao palco para interpretar a música Mistery of Love, que integra a banda sonora de Chama-me pelo Teu Nome.

No filme Uma Mulher Fantástica, a actriz de 28 anos interpreta a transexual Marina. A história aborda a morte de seu companheiro, que deixou a “família tradicional” para ficar com ela. Marina é apontada como suspeita e proibida de ir ao funeral.

Apesar de não lhe ter sido reconhecido o título de cidadã ilustre, Daniela Vega tornou-se, para o realizador do filme, uma espécie de “embaixadora” do tema da transexualidade.

"Em vez de me darem os parabéns, abram a universidade à diversidade. Quantos alunos trans estudam aí?", respondeu no Twitter a actriz a um elogio da Universidade Católica do Chile.

A Presidente chilena já elogiou o papel do filme ao estimular o “debate sobre avanços sociais que o Chile precisa”.

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