Formalidade de Anfield resolvida com um diplomático empate

Com a eliminatória praticamente decidida após a goleada dos ingleses no Estádio do Dragão, confirmou-se o apuramento dos “reds” para os quartos-de-final.

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Reuters/LEE SMITH

Não houve nenhuma recuperação épica e, sem surpresa, a aventura europeia do FC Porto 2017-18 chegou ao fim no bairro de Anfield, em Liverpool. Após a goleada imposta pelos “reds” aos “azuis e brancos” na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões disputada no Estádio do Dragão (0-5), ingleses e portugueses reencontraram-se no Norte de Inglaterra e, numa noite de poupanças a mais e qualidade futebolística a menos, a formalidade do segundo jogo ficou resolvida com um diplomático nulo. Numa partida sem grandes destaques individuais, Sérgio Conceição surpreendeu ao oferecer a titularidade a Bruno Costa, médio de 20 anos que nesta época tem estado em destaque na equipa B do FC Porto.

Com a eliminatória virtualmente decidida e as duas equipas comprometidas em intensas lutas internas, Jürgen Klopp e Sérgio Conceição foram menos conservadores do que tinham anunciado na véspera. Após um desgastante confronto com o Sporting, o técnico portista preservou a estabilidade defensiva — a única alteração foi a troca de Marcano por Reyes —, mas do meio-campo para a frente a transformação foi total.

Privado de um quarteto de peso (Alex Telles, Danilo, Soares e Marega), Conceição deu folga a Sérgio Oliveira (entrou na segunda parte), Herrera, Otávio e Brahimi, apostando em André André e Óliver para formarem a dupla mais recuada de médios. Um pouco mais à frente, surgiu a surpresa da noite: aos 20 anos, e com um longo e consistente percurso nos escalões de formação das selecções nacionais, Bruno Costa estreou-se na principal equipa do FC Porto, jogando bem próximo de Aboubakar. O baixo nível competitivo da partida não ajudou o 30.º jogador utilizado por Sérgio Conceição nesta época e o promissor médio ofensivo acabou por ter uma estreia com pouco brilho.

Apesar de ter, no próximo sábado, um confronto com José Mourinho em Old Trafford, que pode ser decisivo na luta entre Liverpool e Manchester United pela vice-liderança da Premier League, Klopp abdicou de menos trunfos. Mantendo o 4x3x3 de sempre, o técnico alemão poupou jogadores importantes como Van Dijk, Wijnaldum e Salah, mas não prescindiu de pesos-pesados como Emre Can, Sadio Mané e Firmino.

Com pouco para narrar, o duelo entre Liverpool e FC Porto é fácil de descrever. Jogada quase sempre devagar ou devagarinho, a partida foi demasiado morna. Os “dragões” até começaram melhor e Aboubakar teve a primeira oportunidade, mas perante um meio-campo do FC Porto demasiado light (André André, Óliver e Bruno Costa pesam menos de 70kg), o Liverpool, a pouco e pouco, assumiu o domínio e as duas primeiras ocasiões dos “reds” foram do protagonista da primeira mão. Após apontar um hat-trick no Porto, o Sadio Mané provocou o primeiro calafrio a Casillas aos 18’ e, aos 31’, acertou com estrondo no poste direito da baliza. A noite, no entanto, não seria de fortuna para o senegalês.

Sem alterações ao intervalo, o início da segunda parte foi mais do mesmo. Atacando apenas pela certa, o Liverpool provocou perigo por Milner (47’), mas cinco minutos depois Waris teve nos pés a melhor oportunidade de golo portista no jogo, com Karius a resolver o problema. Momentaneamente mais animada, a partida em Anfield Road voltou a ter mais uma oportunidade de golo em cima da hora de jogo, mas Felipe, com um excelente corte, ganhou o duelo “canarinho” com Firmino.

Seguiu-se, com as substituições de ambos os lados, nova quebra de ritmo, mas na recta final a monotonia voltou a ser quebrada. Primeiro com os portistas em destaque: o remate de Óliver, na sequência de um livre de Sérgio Oliveira, acabou interceptada por Lovren. Perto do minuto 90, chegou o momento mais aparatoso de todo o jogo: Ings rematou de cabeça, mas Casillas garantiu que o FC Porto, pela primeira vez, terminava um jogo em casa de um adversário inglês sem qualquer golo sofrido.

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