Carlos Alexandre recebe prémio de "Personalidade do Ano 2017" pelo seu "carácter regional"

Distinção foi atribuída pelo jornal ribatejano O Mirante. No discurso, o juiz natural de Mação referiu-se à entrevista que deu à SIC em 2016.

Foto
NUNO FERREIRA SANTOS

O juiz Carlos Alexandre recebeu nesta quinta-feira o prémio de “Personalidade do Ano 2017”, atribuído em Torres Novas pelo jornal ribatejano O Mirante. Ao PÚBLICO, o magistrado justificou que aceitou o prémio pelo seu carácter regional, por estar ligado às suas origens.

No discurso de pendor mais pessoal, que o próprio reconheceu como tendo “tom intimista”, o homem discreto que suscitou o interesse mediático por via do peso dos casos que lhe chegaram às mãos falou essencialmente sobre as origens em Mação. Mas também da “bolha” em que vive e da dedicação quase exclusiva ao trabalho.

Carlos Alexandre comentou a entrevista que deu há dois anos à estação televisiva SIC e afirmou que foi mal interpretado. “A penúltima vez que me atrevi a falar mais ou menos em público sofri várias vicissitudes, há dois anos”, disse o magistrado titular da Operação Marquês, durante a cerimónia onde recebeu a distinção. O magistrado acredita que pode ter havido “qualquer expressão que tenha dito e que foi mal interpretada” e que terá dado origem à abertura de um inquérito do Conselho Superior da Magistratura.

O inquérito foi arquivado no mesmo ano. No entanto, a entidade considerou que algumas das declarações publicadas foram “pouco felizes”. Em entrevista à SIC, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal — que rejeita o título de “superjuiz” —, disse que não tinha amigos ricos, no que foi interpretado como uma referência ao caso que envolve o ex-primeiro ministro José Sócrates.

Carlos Alexandre não quis comentar a entrevista do ex-procurador geral da República, Pinto Monteiro, onde o antigo responsável afirma que, “com telefones directos entre magistrados, polícias e jornalistas, não há segredo de justiça”.  No entanto, acrescentou que leu “com muita atenção” a entrevista.

Para além de Carlos Alexandre, a cerimónia que decorreu esta quinta-feira no Teatro Virgínia reconheceu mais 12 pessoas e instituições. Entre eles estiveram Júlio Isidro e o Campo Pequeno, cujo director de actividades tauromáquicas, Rui Bento, dirigindo-se no seu discurso de aceitação a Carlos Alexandre, aventou que, se o juiz tivesse optado pela lide, “teria sido um grande toureiro e muito valente”.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários