Quarenta e sete mortos confirmados por causa do frio vindo da Sibéria

Em toda a Europa, a neve e o gelo causaram estragos nas estradas, muitos voos foram cancelados ou atrasados.

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Bilbau LUSA/Luis Tejido
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Londres LUSA/NEIL HALL
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Veneza Reuters/MANUEL SILVESTRI
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Glasgow Reuters/SOCIAL MEDIA
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La Rioja LUSA/RAQUEL MANZANARES

Os anglo-saxónicos baptizaram-no "besta do Leste". Na Suécia, chamam-lhe o "canhão de neve" e para os holandeses é o "urso siberiano". Seja qual for o nome que se dê à massa de ar frio da Sibéria que enregelou parte da Europa, há uma coisa que não muda: o balanço é cada vez mais mortal. Desde sexta-feira, há 47 mortes confirmadas em diferentes países. Quem perdeu a vida era, na maioria dos casos, sem-abrigo. 

De acordo com um balanço apresentado pela AFP, registaram-se 18 mortos na Polónia, seis na República Checa, cinco na Lituânia, quatro em França e na Eslováquia, dois em Itália e na Roménia, na Sérvia e na Eslovénia, um na Holanda e pelo menos um em Espanha, no País Basco. 

Na noite de terça para quarta-feira, o mercúrio caiu para -21°C nas regiões montanhosas da Croácia e da Bósnia, -20°C em Lübeck, no norte da Alemanha, -19°C no sul da Polónia, -18°C perto de Liège na Bélgica e -10°C nas proximidades de Londres.

Na Suíça, o mercúrio desceu aos -36°C em Glattalp, 1850 metros acima do nível do mar, um local desabitado e onde acontecem habitualmente este tipo de extremos.

As temperaturas muito baixas, que deverão durar até quinta-feira, afectaram principalmente os sem-abrigo. Três deles morreram em França e na República Checa desde sexta-feira e dois em Itália, incluindo um que se recusou a deixar o lugar onde dormia, em Milão.

Na Alemanha, a Associação dos Sem-Abrigo pediu aos centros de acolhimento para que permaneçam abertos todo o dia e não apenas de noite. Em França, o ministro da Coesão Territorial, Jacques Mézard, anunciou que havia 150 mil espaços para abrigos de emergência, "um número nunca alcançado".

Em toda a Europa, a neve e o gelo causaram estragos nas estradas, muitos voos foram cancelados ou atrasados nos aeroportos britânicos e, na Irlanda, a companhia aérea Ryanair cancelou todos os voos que partem e chegam de Dublin.

Os aeroportos de Edimburgo e Glasgow, os mais importantes da Escócia, estiveram fechados nesta quarta-feira e os comboios e autocarros interromperam os serviços devido à intensa tempestade de neve que atinge a região.

A quantidade de neve acumulada e a previsão de que a tempestade deverá intensificar-se durante a noite e até a manhã de quinta-feira levaram empresas como a British Airways, FlyBe e a easyJet a cancelarem voos nos maiores aeroportos da região: Edimburgo, Glasgow e Aberdeen.

Também muitas escolas foram fechadas no Reino Unido, na Irlanda, no norte da Espanha e em Portugal, na Bósnia e no Kosovo, bem como na Albânia, onde muitas aldeias e pequenas cidades ficaram isoladas, devido à neve e a estradas cortadas.

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