Vice-primeiro-ministro demite-se depois de caso com assessora se tornar público

Barnaby Joyce anunciou que se demitiria na segunda-feira. A gravidez da sua antiga assessora de comunicação, tornada pública, e as acusações de assédio sexual representaram um tombo na popularidade do político.

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Barnaby Joyce anunciou a sua demissão LUSA/LUKAS COCH

O vice-primeiro-ministro australiano, Barnaby Joyce, anunciou a sua demissão do cargo esta sexta-feira, numa conferência de imprensa. “Na segunda-feira demitir-me-ei enquanto vice-primeiro-ministro e líder do [Partido] Nacional da Austrália”, afirmou, referindo como razões da sua demissão a “ladainha de alegações insustentadas” de que tem sido alvo. O caso de Joyce com a sua antiga consultora de comunicação, Vikki Campion, que se prepara para ser mãe em Abril, fruto da relação com o político, agitou a esfera política australiana.

A gravidez de Campion, exposta pelo Daily Telegraph de Sydney há duas semanas, e a acusação de assédio sexual, tornadas públicas esta quinta-feira, fizeram decrescer significativamente a base de apoio do (ainda) líder do Partido Nacional australiano, culminando na sua decisão de se demitir dos dois cargos que ocupava. Noticia a cadeia de televisão ABC que Joyce não faz intenções de se demitir das suas funções no Parlamento e que apenas se vai afastar dos cargos de maior relevo durante uns tempos.

Na conferência de imprensa desta sexta-feira, Joyce desvalorizou a acusação de assédio de que foi alvo como “espúria e difamatória”, mas admitiu que não tinha condições para se manter em funções e que renunciaria ao cargo na segunda-feira. Acrescentou que a sua demissão seria um “factor disruptivo” para o Parlamento — e para “Vikki, para aquela criança que ainda não nasceu, para as minhas filhas e para a [ex-mulher] Nat”. “Isto tem que parar. Não é justo para elas. É completamente injustificado o tipo de perseguição que aconteceu”, condenou.

Num comunicado tornado público esta sexta-feira, Malcolm Turnbull, chefe do governo, agradeceu a Joyce pelo seu trabalho e por ter ajudado a construir a coligação entre nacionais e liberais, actualmente no poder, que classifica como uma das “parcerias políticas mais bem-sucedidas”. “Esta parceria não foi diminuída e vai continuar a dar oportunidades e segurança para todos os australianos”, cita o Guardian.

Joyce não nomeou nenhum sucessor. Como possíveis sucessores no partido nacional, os meios de comunicação australianos apontam Michael McCormack, ministro da Defesa e dos Ex-Combatentes e deputado, e David Gillespie, assistente do Ministério da Infância e Famílias.

Quando o caso entre Joyce e Campion ficou conhecido, o Governo de Camberra mostrou-se determinado em proibir as relações sexuais entre os ministros e os seus funcionários. O escândalo rebentou quando o Daily Telegraph publicou na primeira página uma fotografia que confirmava a gravidez de Vikki Campion, antiga assessora de comunicação do vice-primeiro-ministro australiano, Barnaby Joyce, e o fim do casamento de 24 anos deste político, que é também o líder do Partido Nacional da Austrália.

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