Gatos D.O.C.

Antes que o “Brexit” tranque as portas à malta não seria possível mandar para Londres gatos abandonados de outros países?

Em Londres os gatos abandonados não chegam, literalmente, para as encomendas. Todos os dias vêm centenas de bichanos para a capital, vindos de Yorkshire e outros condados onde o abandono dos gatos é superior à procura.

Claro que isto deve confundir os gatos, para referir uma das melhores rábulas dos Monty Python. Como se explica aos assustados animais que a razão daquela grande viagem não é uma visita ao centro de eutanásia no País de Gales? Que é, antes, o resultado de elevados níveis de cobiça de companheiros felinos?

Antes que o “Brexit” tranque as portas à malta não seria possível mandar para Londres gatos abandonados de outros países? Não falta muito para ser chiquíssimo ter um tareco italiano ou um vira-latas português. Por enquanto imagina-se o sweet que não é ter um gatinho oriundo da terra das irmãs Brontë.  

Enche o coração saber que há animais abandonados que seguem logo para os futuros “donos” sem aquela estada angustiante no gatil — ou, pelo menos, angustiante para nós.

A Celia Haddon sempre recomendou que não se perdesse muito tempo a escolher um gato: cada um é diferente e fascina de uma maneira diferente. É por isso que faz sentido despachar 150 gatos de Yorkshire para Londres: no mínimo, vão trazer alegria a 150 pessoinhas.

Não é este o princípio do free trade? Os lugares com bens a mais vendem-nos a lugares que têm falta deles. É de aplaudir esta iniciativa britânica. Talvez em Portugal se pudesse colaborar com a CP. Quem não gostaria de ter um tabby do Alto Minho?

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