As forças militares nigerianas conseguiram, esta quarta-feira, resgatar 76 estudantes que estavam desaparecidas e recuperar os corpos de outras duas. Cerca de 90 raparigas estavam desaparecidas desde segunda-feira, depois de um ataque de militantes do grupo extremista islamista Boko Haram a uma escola no nordeste da Nigéria.

Ainda não se sabe em que circunstâncias terão morrido as duas raparigas cujos corpos foram encontrados pelos militares. As estudantes sobreviventes voltaram à aldeia de Dapchi, no nordeste da Nigéria, na quarta-feira. “Toda a gente está a celebrar o seu regresso com canções e orações a Deus todo-poderoso”, disse à Reuters Babagana Umar, cuja filha estava desaparecida. “A única notícia triste é a morte das duas raparigas, sem qualquer explicação”. 

Na manhã de quarta-feira, a Reuters dava conta de 91 pessoas desaparecidas durante o ataque de segunda-feira. De acordo com os números oficiais, ainda há 13 raparigas desaparecidas.

Na tarde de segunda-feira, vários membros do Boko Haram chegaram à escola de Dapchi em carrinhas, armados e com as caras pintadas, contaram algumas testemunhas à Reuters. Segundo os relatos, ouviram-se alguns tiros esporádicos e as raparigas foram levadas nas carrinhas.

A maioria dos professores, funcionários e alunas conseguiram escapar. Cerca de metade das alunas que fugiram da escola após a acção armada foi encontrada mais tarde em aldeias a 30 quilómetros do estabelecimento de ensino. A tese de rapto foi sempre negada pelas autoridades nigerianas.

O desaparecimento destas alunas acontece quatro anos depois do rapto de 270 raparigas de uma escola na localidade de Chibok. A nova acção do Boko Haram, esta semana, vem sublinhar a fragilidade das condições de segurança no nordeste da Nigéria, apesar de vários anos de esforços por parte das autoridades para combater os extremistas islâmicos.