"Acho que foi o ano mais díspar que alguém podia imaginar"

O músico deu a primeira entrevista depois do transplante de coração de Dezembro de 2017, um ano que "foi uma experiência como outra".

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O regresso aos palcos vai ser nas ilhas, Açores e Madeira Miguel Manso

“Acho que foi o ano mais díspar que alguém podia imaginar”, disse Salvador Sobral, na primeira entrevista que deu após o transplante de coração a que foi sujeito em Dezembro de 2017. “Ganhei o maior concurso de pop europeu e todo o país passou a conhecer-me. Uns meses depois enfiei-me num quarto de hospital durante quatro meses e fiz um transplante de coração”, resume o vencedor do Festival Eurovisão da Canção de 2017, na entrevista à RTP, na noite desta quinta-feira. Agora, diz, só quer “voltar a tocar”.

“É uma experiência como outra. Acho que o ser humano é superadaptável e eu adaptei-me àquela situação que, para mim, é a realidade”, avalia o músico quando questionado sobre a experiência do transplante. Diz que prefere ter um olhar mais prático sobre o assunto e descreve a operação  como a solução para um problema que agora deixou de existir.

Sentiu medo. “Seria uma pedra de gelo se não sentisse”, sublinha. Mas agora, sente-se igual ao que era antes – ainda que com algumas limitações físicas, como explica. “A medicação. São coisas que fazem com que a minha voz esteja um bocadinho frágil neste momento. Mas acho que vai voltar ao que era”, antecipa.

O regresso à música está marcado para breve. O músico admite que ainda não cantou desde a operação (sem ser em ensaios) e não sabe como vai correr. Mas assegura que o regresso aos palcos já está marcado e adianta alguns pormenores: vai voltar aos concertos nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Só não desvendou as datas.

Revelou também que está a trabalhar no segundo disco, que vai contar com contributos de compositores e escritores que admira, como Miguel Esteves Cardoso (colunista no PÚBLICO), Gonçalo M. Tavares, Mário Laginha e Samuel Úria.

Quando questionado pelo jornalista João Adelino Faria, Salvador afirma que o objectivo mais imediato é poder tocar em todo o mundo: “O meu sonho imediato é viajar pelo mundo inteiro, tocar pelo mundo inteiro. E descobrir culturas. Que melhor maneira de descobrir o mundo do que tocar lá”, concluiu. Confessa que gostaria de tocar em Caracas e Bogotá porque é “um bocado viciado na América do Sul”. Mas a ambição é mesmo “ir a todo o lado” com a sua música.

Salvador Sobral ganhou o festival Eurovisão em Maio de 2017, com o tema Amar pelos Dois. O músico sofria de insuficiência cardíaca, o que obrigou ao seu internamento no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, onde ficou à espera de um coração compatível, que chegou em Dezembro.

Salvador Sobral vai voltar ao Festival da Canção, que arranca este domingo. Há um cantor escolhido e apoiado por si: Janeiro, que apresenta o tema Sem Título.

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