Desenho de Klimt desaparecido foi restituído por herdeiros de empregada de museu
Desaparecido de uma colecção pública há várias décadas, estava escondido num armário.
Um desenho do pintor austríaco Gustav Klimt (1862-1918), desaparecido de uma colecção pública há várias décadas, foi restituído pelos herdeiros de uma empregada de museu que o tinha roubado e escondido num armário, anunciaram terça-feira as autoridades.
O desenho Zwei Liegende (Duas mulheres deitadas) faz parte de um lote de quatro obras de Klimt e do colega Egon Schiele que tinha sido emprestado ao museu municipal de Linz por uma artista local, Olga Jager, que morreu em 1965. Quando os herdeiros de Jager pediram a restituição das obras em 1990, a direcção do museu apercebeu-se que tinha perdido o rasto do lote.
O município de Linz, uma cidade industrial do norte da Áustria, foi condenado em 2006 a pagar 8,3 milhões de euros de indemnização aos herdeiros de Olga Jager, um valor que foi contestado pelo município, alegando que o caso tinha prescrito.
Em meados de Janeiro deste ano um dos desenhos foi agora restituído, anunciou o presidente da Câmara de Linz, Klaus Luger, numa conferência de imprensa.
Este desenho tinha sido levado por uma secretária do museu que se reformou em 1977, que depois o escondeu num armário quando se apercebeu que estava a ser procurado.
Em Dezembro de 2017, a secretária morreu mas pedia no testamento para que a obra fosse restituída ao museu, assegurando que a mesma lhe tinha sido oferecida pelo director da época.
"O aparecimento deste desenho dá-nos a esperança que os outros três também possam vir a ser encontrados", indicou o presidente do município num comunicado.
As três obras de Egon Schiele (1890-1918) são uma aguarela Jovem homem, o desenho Casal e um óleo, Tote Stadt, (Cidade morta), avaliada pela justiça em cerca de 7,5 milhões de euros.