Robustez da Juventus colocada à prova pelo ataque do Tottenham

Foto
LUSA/NEIL HALL

O cartaz dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões anuncia uma mão cheia de duelos aliciantes e hoje, em Turim, haverá um dos mais prometedores. A atravessar a melhor fase da época – 11 vitórias consecutivas -, a Juventus é favorita mas terá pela frente uma das fiáveis e capazes equipas inglesas: o Tottenham de Mauricio Pochettino. A cerca de 400 quilómetros, as probabilidades de sucesso estarão menos repartidas. Após vencer José Mourinho na fase de grupos, Raphaël Wicky, treinador do Basileia, precisará de muita inspiração dos seus jogadores para alcançar o que apenas Liverpool e Shakhtar conseguiram nesta época: derrotar o Manchester City.

Com apenas um golo sofrido nos últimos 16 jogos, a Juventus continua numa luta palmo a palmo com o Nápoles pela vitória na Serie A – os napolitanos têm um ponto de vantagem -, e, embora para domingo esteja agendado o derby frente ao Torino, Massimiliano Allegri não terá possibilidades de abrandar o ritmo no regresso aos duelos europeus. Apesar do excelente momento da “vecchia signora”, Allegri tem em dúvida um dos seus trunfos: Paulo Dybala falhou por lesão a partida frente à Fiorentina no fim-de-semana e a sua utilização é incerta. Garantidas parecem ser as ausências de Cuadrado, Matuidi, Höwedes e Barzagli.

Na antevisão da partida contra o Tottenham, Allegri jogou “à italiana”. Com cautelas q.b., o técnico disse esperar que Dybala “esteja disponível”, mas assegurou que não irá correr perigos: “Não posso arriscar, é um jogador muito importante, não podemos acelerar a sua recuperação e depois perdê-lo durante toda a temporada.” As palavras de Allegri não parecem, no entanto, ter convencido Pochettino. Confrontando com a possível ausência do seu conterrâneo, o técnico disse contar ter em Turim como adversário o “melhor do mundo”: “Penso que Dybala vai recuperar e espero que o faça. É sempre bom jogar contra o melhor do mundo. Coloco-o nessa categoria porque tem um talento especial e vê-lo em campo é maravilhoso.”

Com ou sem Dybala pela frente, Pochettino tem o conforto de ter o seu plantel a 100%. Sem lesionados ou castigados, o Tottenham chegará ao Juventus Stadium sem derrotas em 2018 e três testes de alto risco superados na Premier League nas duas últimas semanas: vitórias em Wembley frente a Manchester United e Arsenal; empate em Anfield Road contra o Liverpool.

No St. Jakob-Park, em Basileia, os papéis invertem-se e serão os ingleses, no papel de forasteiros, que partem como favoritos. Com a Premier League no bolso – o Manchester City é líder com 16 pontos de vantagem -, Pep Guardiola pode dar-se ao luxo de direccionar todas as atenções para a Liga dos Campeões neste final de época e o assalto dos “citizens” a um título que nunca conquistaram, começará na Suíça. Com o afastamento há um ano frente ao Mónaco nos “oitavos” ainda bem fresco na memória – a pior participação de sempre de Guardiola como treinador na prova -, o técnico disse na antevisão da partida de Basileia não saber se o City “já está preparado” para vencer a Liga dos Campeões, delineando, para já, metas cautelosas: “O objectivo é fazer melhor do que na última época, o que significa qualificarmo-nos para os quartos-de-final.”

Com más recordações de Guardiola – os helvéticos foram derrotados em 2008 em casa pelo Barcelona treinado pelo catalão por 5-0 -, o Basileia nunca superou a barreira dos “oitavos” da “Champions” e Raphaël Wicky reconheceu que a sua equipa terá que fazer uma eliminatória quase perfeita para seguir em frente: “Todos sabem como eles jogam. Vão ter muita posse e serão incrivelmente rápidos nas transições. Teremos que ser sólidos, muito compactos e focados em cada segundo. Quando tivermos a bola, teremos que ter a coragem de a usar”, analisou o suíço.

Sugerir correcção
Comentar