O estado de saúde de Morgan Tsvangirai deteriorou-se nas últimas horas e os membros do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) – o principal partido da oposição no Zimbabwe – estão a preparar-se para o pior. O dirigente partidário e antigo primeiro-ministro foi recentemente levado para um hospital da cidade sul-africana de Joanesburgo, onde recebe tratamento para um cancro no cólon.

“De acordo com o relatório médico, a situação não é positiva. Ele está gravemente doente e devemos preparar-nos para o pior”, disse uma fonte do MDC à Reuters. Citado pela BBC, o porta-voz de Tsvangirai, Luke Tamborinyoka, disse que o doente está “estável”, mas pede aos  zimbabweanos que “continuem a rezar”.

Tsvangirai foi diagnosticado em 2016 e, desde essa altura, tem dividido o seu tempo entre o Zimbabwe e a África do Sul. A família do político de 65 anos explicou aos media locais que nos últimos dias este perdeu peso, mostrou sinais de exaustão e teve problemas respiratórios - que obrigaram ao seu internamento no início de Fevereiro.

Opositor histórico de Robert Mugabe, Morgan Tsvangirai foi detido repetidas vezes por ordem do ex-Presidente. O afastamento de Mugabe do poder, ao fim de 37 anos – o Presidente interino é agora Emmerson Mnangagwa – e a promessa de eleições para os próximos seis meses, deram novo alento ao líder do MDC, mas a sua doença criou divisões dentro do partido. 

O seu débil estado de saúde provocou reposicionamentos internos no MDC, com vista a uma eventual disputa à liderança, e está a deixar a maior plataforma de oposição à União Nacional Africana do Zimbabwe-Frente Patriótica (ZANU-PF), de Mnangagwa, numa situação de enorme incerteza política.