Mais de três décadas depois da ocorrência, a morte da actriz norte-americana Natalie Wood, encontrada afogada na noite de 29 de Novembro de 1981, perto da ilha de Catalina, na baía de Los Angeles, volta a estar na mira dos investigadores.

Em entrevista à CBS, o tenente John Corina, da Polícia de Los Angeles, disse que na sequência dos resultados de uma nova investigação feita ao incidente se justifica voltar a ouvir o actor Robert Wagner, que, à época, era o (segundo) marido da actriz de Fúria de Viver (Nicholas Ray, 1955) e Esplendor na Relva (Elia Kazan, 1961).

Na sequência das investigações ao caso realizadas nos últimos seis anos, a polícia de Los Angeles volta a considerar Wagner uma “pessoa relevante” para se descobrir o que verdadeiramente aconteceu nessa noite a bordo do iate em que, além da actriz e do seu marido, se encontrava também o actor Christopher Walken.

A 29 de Novembro de 1981, cerca das 8h, o corpo da actriz de 43 anos foi encontrado a flutuar na baía de Los Angeles, vestido apenas com uma camisa de noite de flanela, um casaco e meias. O bote de salvamento do iate seria recuperado não muito longe da margem, “como se não tivesse sido utilizado", segundo um relatório da polícia. No final desta primeira investigação, o xerife do condado de Los Angeles considerou que a morte tinha sido acidental.

Mas as dúvidas mantiveram-se, o caso nunca saiu verdadeiramente da agenda mediática, e em 2011, na passagem dos 30 anos sobre a morte de Natalie Wood, a polícia decidiu reabrir as investigações, apoiada em novos dados que entretanto foram apurados.

“Nós sabemos, agora, que [Robert Wagner] foi a última pessoa a estar com Natalie antes de ela desaparecer”, disse agora John Corina ao correspondente da CBS, Erin Moriarty.

É por esta razão que, segundo relata o jornal The Hollywood Reporter, os investigadores do caso querem falar de novo com o também actor, acreditando que ele “não contou a história toda” sobre o sucedido.

“Ainda não o vi falar de um conjunto de detalhes a respeito dos quais coincidem todas as outras testemunhas ouvidas neste caso”, disse John Corina, acrescentando a sua convicção de que Wagner sabe mais acerca do que aconteceu a Nathalie Wood do que aquilo que tem assumido. 

Ao contrário do que fez Christopher Walken, que falou com a polícia, Wagner recusou-se a voltar a fazê-lo. O advogado do actor recusa o questionamento do resultado da investigação inicial, e vê no novo processo um acto de “sensacionalismo”. Ainda segundo o seu representante, Robert Wagner já colaborou com as autoridades o suficiente para o esclarecimento do caso, e já respondeu a todas as questões.