Dez estrangeiros acusados de pornografia por organizarem "festa com danças indecentes"
Pena aplicável pode ir até um ano de prisão.
Um juiz do Camboja está a decidir se deverá ou não prosseguir com as acusações de pornografia contra um grupo de dez estrangeiros detidos após organizarem uma festa com “danças indecentes”, informou um procurador nesta terça-feira.
Os dez indivíduos foram detidos juntamente com mais 77 estrangeiros, a 25 de Janeiro, durante a festa “Pub Crawl ou Let's Get Wet”, na província de Siem Reap, morada das antigas ruínas de Angkor Wat.
O procurador do tribunal provincial de Siem Reap, Keut Vannareth, disse à Reuters que os dez indivíduos foram acusados na segunda-feira de terem produzido pornografia enquanto responsáveis na organização da festa e o caso foi enviado ao juiz de instrução na terça-feira.
Os outros 77 estrangeiros detidos foram libertados depois de serem "educados" devido ao seu “comportamento inaceitável”.
O grupo de dez acusados é constituído por cinco britânicos, um holandês, dois canadianos, um neozelandês e um norueguês, detalhou o advogado do grupo, Sourng Sophea. Em defesa dos acusados, o advogado destacou que o grupo de homens não estava nu.
"Quando a polícia chegou, estavam a usar roupa interior e sutiãs enquanto bebiam", disse Sourng Sophea à Reuters. O advogado acrescentou que o grupo de dez homens poderia ser condenado a cumprir uma pena de até um ano de prisão.
"A acusação de produzir pornografia é demasiado pesada", disse ele. “Eles estão na prisão agora. O que ultrapassa os limites”, argumentou. O advogado destacou ainda que o grupo não tinha publicado fotos do evento e não cometeu nenhum crime.
Para já, o procurador Keut Vannareth recusou fazer mais comentários.
O Camboja tornou-se um destino favorito entre mochileiros e viajantes com orçamento limitado na última década. Porém, recentemente, o país começou a estabelecer-se também como um destino de luxo.
Angkor Wat é a principal atracção turística local. O antigo complexo de templos ocupa um lugar especial na história do país como a antiga capital do Império Khmer. Os visitantes do espaço são avisados de que devem respeitar o local. O ministro do Turismo, Thong Khon, disse que apoiou as prisões dos turistas. "A lei proíbe esse tipo de coisa e talvez eles tenham sido avisados antecipadamente", disse ele. "Siem Reap é património", apontou.