Câmara do Porto recebe biblioteca de Miguel Veiga

Herdeira do advogado e histórico do PSD decidiu doar a biblioteca com mais de 20 mil livros, que inclui também obras do pai de Miguel Veiga, Luís Veiga

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Rui Moreira entregou a Miguel Veiga a Medalha de Honra da Cidade, em 2015 Nelson Garrido

A viúva de Miguel Veiga, portuense fundador do PSD que morreu em 2016, doou a biblioteca de mais de 20 mil livros que pertenceu ao político e advogado, e ao pai dele, à Câmara do Porto. A proposta de doação deverá ser aprovada na reunião do executivo da próxima terça-feira e prevê que uma parte destes volumes esteja “efectivamente” acessível ao público no prazo de cinco anos.

A biblioteca de Luís e Miguel Veiga inclui obras “ligadas à literatura e às artes, ao pensamento ou à política, em língua portuguesa e estrangeira, que em termos cronológicos abarca a parte final do século XIX, todo o século XX e princípios do actual e que integra preciosidades bibliográficas como revistas literárias do princípio do século passado, ou primeiras edições de vários autores portugueses”, lê-se na proposta assinada pelo presidente da câmara, Rui Moreira.

No protocolo que acompanha a proposta, o município reconhece o espólio como sendo de “uma enorme relevância” e compromete-se a assegurar as condições de tratamento documental da colecção, incluindo a catalogação de todas as obras que passarão a integrar o catálogo colectivo das Bibliotecas do Porto, garantindo que a respectiva descrição bibliográfica menciona que provêem da Biblioteca Luís e Miguel Veiga e que todas as obras que compõem a doação são marcadas com um ex-libris que identifica a colecção”, lê-se no mesmo documento.

A proposta que será levada à vereação refere que “pela sua dimensão o pelo valor patrimonial, e também pela circunstância de ter sido constituída por duas figuras notáveis ligadas à cidade do Porto, o município reconhece a enorme mais-valia que esta doação representa no enriquecimento das colecções bibliográficas disponíveis à leitura para o público em geral”.

Os documentos a que o PÚBLICO teve acesso não especificam qual a percentagem dos 20 mil volumes que a câmara é obrigada a disponibilizar efectivamente ao público no prazo de cinco anos, contudo, é frisado que caso não consiga cumprir essa cláusula, a doação ficará sem efeito.

Na reunião da próxima semana, o executivo deverá aprovar também o lançamento de um concurso de apoio ao empreendedorismo, inovação e tecnologia. A Câmara do Porto tem 70 mil euros para este concurso, que serão distribuídos até ao montante máximo de dez mil euros por vencedor – ou não, caso a câmara entenda que não há candidaturas suficientemente interessantes.

Esta “convocatória aberta” pretende encontrar actividades, a serem desenvolvidas no Porto até ao final deste ano, que contribuam para, pelo menos, dois dos seguintes objectivos: “estimular a cultura empreendedora através de uma comunidade mais dinâmica e activa; aumentar as oportunidades de networking e fontes de conhecimento da cidade; a dinamização da comunidade tecnológica, startup e scaleup da cidade”. Podem concorrer “quaisquer pessoas colectivas, nacionais ou estrangeiras, com delegação ou sede no concelho do Porto, já constituídas juridicamente”.

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