Vinte anos e meio de prisão para acusado de matar mulher
O juiz que leu a sentença recordou que em 2016 morreram duas mulheres por mês em Portugal para enfatizar que a violência doméstica "é um flagelo social para o qual o tribunal tem de tomar muita atenção".
O indivíduo acusado de matar a tiro a mulher, há um ano, numa rua de Macedo de Cavaleiros, foi nesta quinta-feira condenado a 20 anos e meio de prisão, com o tribunal a dar "muita atenção" ao flagelo da violência doméstica.
O juiz que leu a sentença recordou que em 2016 morreram duas mulheres por mês em Portugal para enfatizar que a violência doméstica "é um flagelo social para o qual o tribunal tem de tomar muita atenção".
O acusado foi condenado a uma pena única de 20 anos e seis meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado agravado, violência doméstica e detenção de arma proibida e a pagar uma indemnização às duas filhas superior a 100 mil euros.
O indivíduo, de 60 anos, confessou o crime de homicídio e o tribunal deu como provado que efectuou dois disparos contra a vítima, atingindo-a numa mão e, mortalmente, na cabeça.
A sentença fala de "frieza" e lembra que já tinham sido apreendidas a este homem oito armas, meses antes do homicídio.
O agora condenado está detido, em prisão preventiva, desde a altura do crime, que ocorreu ao início da noite de 13 de Janeiro de 2017, quando a mulher, de 55 anos, saiu do trabalho em direcção a casa e foi baleada.
A mulher do arguido foi encontrada sem vida, na rua, junto a uma rotunda, atingida com dois tiros de caçadeira.
As autoridades terão sido alertadas por vizinhos e o marido apontado imediatamente como suspeito, tendo abandonado o local do crime.
O indivíduo barricou-se numa garagem junto ao apartamento onde vivia e ter-se-á automutilado com uma machada, acabando por ser detido pela GNR.
O casal estaria em processo de divórcio devido a violência doméstica, alegadamente praticada pelo indivíduo contra a mulher.
A situação de violência doméstica já estava referenciada pelas autoridades que, pouco tempo antes do homicídio, tinham apreendido armas ao agora condenado por homicídio.