Merkel no Eliseu com os cenários do próximo governo alemão

Emmanuel Macron continua no centro das decisões que vão marcar o futuro da Europa.

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Quinta-feira com Theresa May, sexta com Angela Merkel no Eliseu, Emmanuel Macron continua no centro das decisões que vão marcar o futuro da Europa. É este o tema da visita da chanceler a Paris: o futuro da Europa.

Os dois, diz a imprensa francesa, vão fazer o ponto da situação sobre o acordo de princípio entre Merkel e o SPD para um novo governo alemão de “grande coligação”. Há matéria de sobra. Nas suas linhas gerais, o acordo preliminar entre a CDU/CSU e o SPD foi visto em várias capitais, incluindo Paris, como um sinal positivo da aproximação de posições entre a Alemanha e a França, nomeadamente em matéria de reforma da zona euro, onde as propostas de ambos estão mais distantes.

Faltam os pormenores. E falta também o novo governo para os negociar. Na conversa entre os dois líderes haverá lugar para avaliar a probabilidade de o acordo (ou um futuro programa de governo) vir a ser chumbado pelo SPD.

O líder dos sociais-democratas, Martin Schulz, acredita que vai convencer os militantes do seu partido em nome da Europa. A imprensa alemã descreve uma situação mais problemática, com a Juventude Social-Democrata a fazer uma intensa campanha contra uma nova “grande coligação” e não são poucos os militantes que continuam a insistir em que isso será “fatal” para o partido, como as eleições têm demonstrado, reduzindo o mais velho partido alemão a um resultado eleitoral cada vez mais pequeno (pouco acima dos 20%, nas eleições de Setembro).

Mas há o reverso da medalha. Inviabilizar um governo de coligação e lançar o país na instabilidade política também não é uma boa receita, num país que presa (pelo menos até hoje) a estabilidade acima de tudo. Resta o instinto de sobrevivência, que pode funcionar para os dois lados. O SPD sabe que novas eleições poderiam dar-lhe um resultado catastrófico e permitir que o partido de extrema-direita que entrou no Bundestag com mais de 12% dos votos obtivesse um resultado ainda melhor. É também este cenário negro que a chanceler deverá debater com Macron. 

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