Urgência do Tâmega e Sousa com pico de 780 doentes por dia em Dezembro

Presidente da Administração Regional de Saúde do Norte admitiu haver ainda algumas insuficiências de recursos humanos e de equipamentos na urgência que foram reportados pelos profissionais com quem contactou na visita desta segunda-feira, assinalando que está a ser trabalhado “um reforço”.

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Pimenta Marinho visitou esta segunda-feira a urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, a segunda maior do norte do país em número de atendimentos FERNANDO VELUDO/NFactos

A urgência do Centro Hospital do Tâmega e Sousa chegou a atender, nas últimas semanas do ano passado, mais de 700 doentes por dia, foi esta segunda-feira revelado numa visita do presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).

Segundo Carla Freitas, directora da urgência, o pico de atendimentos, no conjunto das duas urgências (Penafiel e Amarante) foi cerca de 780, nos dias 28 e 29 de Dezembro, 130 dos quais eram doentes muito graves. Em períodos “normais”, a urgência do Tâmega e Sousa atende cerca de 450 doentes por dia.

Apesar desses números, os serviços “corresponderam positivamente”, comentou, a propósito, o presidente da ARS-N, Pimenta Marinho, que esta segunda-feira visitou a urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, a segunda maior do Norte do país em número de atendimentos.

Em declarações aos jornalistas que acompanharam a visita, Pimenta Marinho destacou o “esforço dos profissionais do centro hospitalar” para corresponderem a um número tão elevado de doentes, “num hospital com uma área de referência enorme”.

Assinalou depois que na visita que efectuou, acompanhado pela direcção do hospital, não encontrou “doentes acumulados, nem camas nos corredores”, num momento em que se encontravam na urgência pouco mais de 90 utentes, um número inferior ao observado no pico da síndrome gripal, entretanto já numa fase de desaceleração, segundo foi referido. Apesar disso, Pimenta Marinho admitiu haver ainda algumas insuficiências de recursos humanos e de equipamentos na urgência que foram reportados pelos profissionais com quem contactou, assinalando que está a ser trabalhado “um reforço”.

O presidente da ARS-N frisou que a urgência do Tâmega a Sousa dispõe de melhores instalações e meios do que outras do Norte que se deparam com maiores dificuldades. Sinalizou, por outro lado, a melhor articulação que se verifica este ano com os cuidados de saúde primários no conjunto da região Norte, o que permitiu atender mais cerca de 20% doentes nos centros de saúde, que assim deixaram de necessitar de acorrer às urgências hospitalares. Esse resultado, acrescentou, também se deveu ao facto de, nos últimos anos, terem sido colocadas dezenas de novos clínicos nos centros de saúde, fazendo com que, actualmente, frisou, quase não haja doentes sem médicos de família.

Pimental Marinho manifestou “confiança” no trabalho que está a ser realizado nos hospitais de Penafiel e Amarante, que compõem o CHTS, insistindo no elogio aos seus profissionais.

Aos jornalistas foi ainda comunicado que, no âmbito do plano de contingência do CHTS accionado devido à síndrome gripal, 53 “doentes estabilizados” foram transferidos para os cuidados continuados integrados de hospitais da rede social ou privados da região, com os quais foram celebrados protocolos.

Esse plano, destacou, por seu lado, o presidente do centro hospitalar, Carlos Alberto, permitiu libertar camas para doentes que deram entrada na urgência e que aguardavam internamento.