Macron propõe à China “relançar a batalha climática”

Presidente francês quer fazer de Xi Jinping um aliado em várias frentes, entre elas o ambiente, luta contra o terrorismo e desenvolvimento de energias renováveis em África. E promete visitar a China "pelo menos uma vez por ano".

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Emmanuel Macron fez-se acompanhar pela mulher, Brigitte, e seis dezenas de líderes de empresas durante a sua visita à China Reuters

O Presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu nesta segunda-feira voltar “pelo menos uma vez por ano” à China, durante um discurso que proferiu em Xian, primeira etapa da visita de Estado de três dias que iniciou ao país. Isto “porque é a condição” para que a relação entre a França e a China “entre numa nova era”, afirmou Emmanuel Macron, num discurso de mais de uma hora.

Emmanuel Macron propôs à China “relançar a batalha climática” e “preparar um aumento dos compromissos” contra o aquecimento global durante a próxima COP24, prevista para o final do ano, na Polónia. Invocando a necessidade de uma co-liderança franco-chinesa neste domínio, Emmanuel Macron anunciou para 2018-2019 a organização de um “ano franco-chinês da transição ecológica”.

Na sua intervenção, o chefe de Estado francês pediu uma aliança entre a França e a China para “o futuro do mundo”, em particular no domínio do ambiente, e para a Europa cooperar no colossal projecto chinês de criar novas rotas da seda. Neste sentido, reveste-se de particular importância o facto de Emmanuel Macron, que realiza a sua primeira viagem oficial à Ásia, ter escolhido visitar Xian, no Norte da China, dado que aquela cidade milenar figurou como ponto de partida da antiga rota da seda.

A iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, do Presidente chinês, Xi Jinping, pretende recriar “novas rotas da seda”, um conjunto de ligações terrestres e marítimas entre a Europa e a Ásia, com a construção de uma série de infra-estruturas, como estradas, portos ou caminhos-de-ferro, em 65 países, um projecto avaliado em mais de mil milhões de dólares.

Depois de Xian, Emmanuel Macron, que se faz acompanhar pela mulher, Brigitte, e de seis dezenas de líderes de empresas e instituições, deslocar-se-á ainda esta segunda-feira a Pequim, onde permanecerá até quarta-feira.

Nesta segunda-feira reunir-se-á com o seu homólogo chinês e a sua mulher, antes de um jantar a quatro. Na terça-feira, ponto forte da agenda, Macron vai ser recebido de maneira mais formal, com o programa a incluir uma visita à Cidade Proibida, um encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional e com o primeiro-ministro, uma cerimónia de boas-vindas no Grande Palácio do Povo, bem como a assinatura de acordos e uma declaração conjunta, além de um jantar de Estado.

Emmanuel Macron vai reunir-se igualmente com empresários e chefes de cozinha franceses radicados na China. Já na quarta-feira vai realizar uma visita à Academia de Tecnologia Espacial chinesa, onde os dois países trabalham juntos no desenvolvimento de um satélite de observação da Terra.

Esta primeira viagem à Ásia marca uma nova etapa na diplomacia do Presidente francês, concentrada até aqui na Europa e em África, com Emmanuel Macron a querer fazer de Xi Jinping um aliado em várias frentes.

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