A solidariedade numa prova com as características de um Dakar é fundamental. É muito mais frequente entre os amadores que dia após dia tentam sobreviver às dificuldades, mas também acontece entre os profissionais. Em altura de acidentes a ajuda é mesmo obrigatória e a prova tem mecanismos de compensação para essas situações.

Vem isto a propósito do apoio dado na segunda etapa por parte de Filipe Palmeiro a Pedro Velosa. O piloto da X-Raid que navega o chileno Garafulic tinha ficado parado depois de um incrível choque entre o seu Mini e o do árabe Yazeed Al Radji.

Foi muito perto desse local que algum tempo mais tarde veio a capotar o Yamaha da dupla lusa Pedro Mello Breyner e Pedro Velosa. Do acidente resultou uma contusão muscular cervical em Pedro Velosa que o fez cair quando saiu do carro. Filipe Palmeiro foi dos primeiros a lá chegar e não deixou o compatriota e amigo até ele ser evacuado. É um conforto nestas horas de sofrimento. Não só físico, mas acima de tudo psicológico.

Tenho uma enorme pena que esta dupla tenha ficado pelo caminho. Por todas as razões a que acrescento o facto de ter sido com os irmãos Mello Breyner – Manuel, Pedro e Tomaz – que me iniciei no todo-o-terreno e relativamente ao Pedro Velosa partilho com ele um dos meus títulos de campeão nacional.