Coreia do Norte considera novas sanções "um acto de guerra"

Regime de Kim Jong-un ameaça países que alinharam com os EUA, o que inclui a Rússia e a China

Foto
Regime norte-coreano diz que resolução da ONU ameaça estabilidade na região Reuters/Denis Balibouse

As mais recentes sanções aprovadas pela ONU contra a Coreia do Norte são um “acto de guerra” e significam um total bloqueio económico, disse este domingo o ministro norte-coreano dos Negócios Estrangeiros, ameaçando castigar os que apoiaram a medida.

Esta sexta-feira o Conselho de Segurança da ONU impôs, por unanimidade, novas sanções ao regime de Kim Jon-un por causa do ensaio do míssil balístico intercontinental realizado em Novembro passado. As sanções procuram limitar o acesso de Pyongyang a produtos petrolíferos e restringir o dinheiro enviado por trabalhadores norte-coreanos que estão fora do país.

Numa declaração à agência oficial do regime norte-coreano KCNA, o ministro afirmou que os Estados Unidos estão aterrorizados pela força nuclear e que “estão cada vez mais frenéticos nas suas diligências para impor as sanções mais duras de sempre e pressionar o país”.

A nova resolução equivale a um completo bloqueio económico da Coreia do Norte, segundo o ministro. “Nós consideramos que esta resolução de sanções, impulsionada pelos Estados Unidos e pelos seus seguidores, é uma grave violação da soberania da nossa República, é um acto de guerra que viola a paz e a estabilidade da península coreana e na região, e rejeitamos categoricamente a resolução”, declarou o governante.

Na mesma declaração, o ministro deixou uma ameaça: “Os países que levantaram as mãos a favor da ‘resolução das sanções’ vão ser responsabilizados por todas as consequências que sejam geradas pela resolução e vamos fazer com que cada vez mais paguem caro por aquilo que fizeram”. China e Rússia, aliados da Coreia do Norte, votaram favoravelmente a resolução da ONU.  

O líder norte-coreano Kim Jong-un declarou, a 29 de Novembro, que a força nuclear do país estava completa depois do ensaio do míssil balístico que é capaz de atingir todo o território dos Estados Unidos.

Em reacção à declaração do ministro norte-coreano dos Negócios Estrangeiros, o seu homólogo da Coreia do Sul, em declarações à Reuters, considerou tratar-se de um “aviso sério à comunidade internacional de que a região não tem outra opção se não cessar imediatamente as provocações imprudentes e tomar o caminho do diálogo para a desnuclearização e a paz”.

A China – país com que a Coreia do Norte faz 90% das trocas comerciais – tem apelado à calma. Neste sábado, o jornal chinês estatal Global Times defendeu que o endurecimento das sanções tem como objective prevenir a guerra. 

Sugerir correcção
Comentar