As 28 casas da ponte que agora são "sweets"

Durante mais de cem anos, as estruturas abrigavam os vigilantes das pontes sobre os canais de Amesterdão. Já é possível pernoitar em algumas delas.

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Amesterdão está a transformar em suítes — ou será em doces? — 28 estruturas que no passado acomodavam os guardas responsáveis por abrir e fechar as pontes sobre os canais, gerindo o tráfego de barcos. Algumas destas "casas de ponte" são verdadeiros monumentos nacionais esquecidos. Algumas estão no meio de intersecções movimentadas, outras estão viradas para um lago. Todas fazem parte do projecto Sweets Hotel — e todas estão empoleiradas sobre pontes e têm vistas privilegiadas sobre os canais da cidade holandesa.

Durante mais de 100 anos, as estruturas elevadas de um quarto abrigavam trabalhadores que subiam e baixavam as pontes com um simples botão. Mas o mecanismo e as peças arquitectónicas ficaram obsoletos com a modernização do sistema durante 2017, deixando para trás "pequenos doces", como define Suzanne Oxenaar, co-fundadora do projecto Sweets, apresentado à cidade em 2012, um trocadilho com "doces" e as suítes que nos próximos meses estarão disponíveis ao longo dos canais.

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A casa de Theophile de Bockbrug em 1976

Cada casa da ponte foi transformada numa pequena suíte de um quarto que acomoda duas pessoas (dadas as especificidades das estruturas não são permitidas pessoas com menos de 21 anos). Seis estão já disponíveis para reserva (apenas através do site e por 250/310 euros por dia). As restantes, devidamente identificadas e apresentadas, vão sendo inauguradas nas próximas estações (outras oito serão concluídas até à próxima Primavera).

Arquitectos, designers e artesãos intervieram sobre as estruturas, por si só peças da história da arquitectura holandesa. Todas as casas dispõem de uma espécie de ficha online com o estilo arquitectónico, o arquitecto em causa (Dirk Sterenberg, Mathieu Ponsen, Pieter Lodewijk Kramer e Johan Melchior van der Mey, entre as casas já disponíveis), o tipo de ponte, as características de construção e a localização, bem como uma pequena história, as regras da casa e um guia das imediações. "Acho que a maioria dos holandeses se perguntou o que seria viver numa destas casas", sugere Suzanne Oxenaar.

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Westerdokbrug

O desafio, diz outro dos co-fundadores, o arquitecto Marthijn Pool, passou por "transformar esses objectos extrovertidos em espaços íntimos". Dentro, os hóspedes encontrarão estúdios simples equipados com mobiliário personalizado. "As pessoas não precisam de um lobby", diz Pool. "A própria cidade se torna o hotel."

O hotel Sweets é uma iniciativa e co-criação do escritório de arquitectura de Amsterdão Space & Matter e os fundadores da Lloyd Hotel & Cultural Embassy Suzanne Oxenaar, Otto Nan e Gerrit Groen.

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Wiegbrug
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