Livro sobre o nuclear na Península Ibérica é lançado na quinta-feira

A obra inclui artigos de 32 colaboradores dos mais variados sectores da sociedade, diz António Eloy.

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Enric Vives Rubio

Um livro sobre a questão nuclear que tem ensombrado a Península Ibérica nas últimas décadas e que aborda casos concretos, como a central espanhola de Almaraz, vai ser lançado na quinta-feira, em Lisboa.

Almaraz e outras coisas más é o título da obra, da autoria de António Eloy, um dos coordenadores do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), que vai ser lançada na quinta-feira, pelas 19h00, na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa.

"O livro aproveita um pouco a actualidade do tema [nuclear]. O processo de Almaraz [central nuclear espanhola] que tem sido uma sombra negra para Portugal desde há 38 anos", explica à agência Lusa o autor e coordenador do MIA, António Eloy. Além da questão concreta da central nuclear espanhola de Almaraz, que fica a escassos 100 quilómetros de Portugal, o livro aborda basicamente todo o passado histórico e a actualidade do nuclear na Península Ibérica.

Recua a 1974, aos tempos de Ferrel, no concelho de Peniche, onde a população se insurgiu contra um projecto de instalação local de uma central nuclear, aborda os despejos de resíduos radioactivos no Atlântico e as questões da mineração de urânio da Urgeiriça e Nisa, e do projecto de abertura de uma zona de mineração de urânio em Salamanca, Retortillo, a poucos quilómetros de Portugal.

"O livro também conta as histórias do nuclear em Portugal, entre várias 'outras coisas más', como a floresta [incêndios], as alterações climáticas, o desordenamento do território e as políticas públicas inconsistentes", sublinha.

António Eloy adianta que a obra inclui artigos de 32 colaboradores dos mais variados sectores da sociedade que dão voz e empenho ao testemunho, e conta ainda com a colaboração de sete espanhóis que escrevem textos sobre Almaraz e Retortillo.

"Espero que seja um passo importante para uma maior consciencialização sobre a questão do nuclear. Temos ganho muitas lutas contra este Armagedão que assombra a Península Ibérica", concluiu.

 

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