Escolas podem ganhar robô se os alunos souberem escrever código

A segunda edição do Movimento Código Portugal começa nesta segunda-feira. O ano passado participaram mais de 1100 escolas.

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Esta é a segunda edição do Movimento Código Portugal , que visa a familiarização com a programação e o código. Há um ano, participaram 1132 escolas. ADRIANO MIRANDA

Há um astronauta perdido no espaço, o Astrokid, que precisa de ajuda para reparar um satélite e regressar ao seu foguetão. Os professores e alunos do ensino básico que queiram ajudá-lo podem participar na segunda edição do Movimento Código Portugal (MCP) através de um projecto que não é mais do que uma proposta de familiarização com a programação e o código. Há um ano, participaram 1132 escolas.

Desta segunda-feira a domingo, 4 a 10 de Dezembro, os alunos do ensino básico vão construir pequenos programas de computador, através da combinação de blocos gráficos de código numa sequência de problemas simples, acedendo à plataforma do Movimento Código Portugal. Não é preciso fazer qualquer inscrição prévia e ganha quem fizer o menor número de passos. As três escolas vencedoras receberão um robô e a visita ao Fablab mais próximo - um espaço onde poderão produzir e imprimir no equipamento de corte a laser a placa alusiva ao seu lugar.

O objectivo é promover competências digitais junto daqueles que já vivem numa sociedade eminentemente tecnológica, explica Maria Fernanda Rollo, secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. "Queremos desenvolver programas e acções que permitam sensibilizar e preparar as pessoas, sobretudo os jovens, para saber programar", sublinha ao PÚBLICO, acrescentando a sua preocupação com a literacia digital e computacional num mundo em que muitas profissões vão desaparecer, mas que outras surgirão. "Já somos, hoje em dia, observadores de uma pressão e procura de recursos humanos com competências digitais", diz.

O Movimento Código Portugal é uma campanha de mobilização nacional de consciencialização para a importância da literacia digital e computacional e que pretende estimular o desenvolvimento das competências associadas ao pensamento computacional, que se configura como uma nova forma de literacia para o século XXI.

Com iniciativas destas não se está a preparar uma geração de engenheiros informáticos? Não, responde a governante. As competências digitais são "essenciais em todas as profissões", do designer ao historiador - "é uma ferramente necessária a todos" e em todas as idades. Há uma "transversalidade que passa, por exemplo pelos séniores para comunicarem com um filho que está no estrangeiro", exemplifica. "A cidadania digital e activa depende disto", declara.

O MCP está alinhado com a Computer Science Education Week e com o evento à escala global “A Hora do Código”, que já abrange dezenas de milhões de alunos em mais de 180 países. Esta iniciativa reúne os ministérios da Ciência e Ensino Superior, Educação, Economia, Trabalho, Solidariedade e Segurança; a Ciência Viva; a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, assim como a indústria, da Microsoft ao Google.

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