Atacante esfaqueia autarca alemão favorável à imigração

Andreas Hollstein foi esfaqueado no pescoço num restaurante de kebab e recebeu tratamento hospitalar. Atacante gritou palavras de ordem contra a política de imigração.

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Angela Merkel mostrou-se "indignada" Reuters/HANNIBAL HANSCHKE

O presidente da câmara de uma cidade alemã, eleito pelo partido da chanceler Angela Merkel, foi esfaqueado esta terça-feira num restaurante de kebab. O líder dos democratas-cristãos na região diz que o atacante gritou palavras de ordem contra a política local de abertura para receber refugiados.

Andreas Hollstein recebeu tratamento no hospital e já se encontra em casa com a família. Foi esfaqueado no pescoço num restaurante na cidade de Altena, na Renânia do Norte-Vestfália, onde a política de imigração tem reflectido as orientações de Angela Merkel – humanista para os que a defendem, excessivamente permissiva para os críticos.

“As autoridades de segurança acreditam que houve uma motivação política”, disse o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, também do partido de Angela Merkel, a CDU. As testemunhas dizem que o atacante – que foi detido – criticou a política de refugiados na cidade de Altena. 

O atacante aproximou-se e perguntou a Hollstein se ele era o presidente da câmara, e depois disse: “O senhor deixa-me morrer à sede e traz 200 refugiados para Altena”, antes de o atacar.

A chanceler alemã reagiu à notícia no Twitter: “Estou indignada com o ataque à faca sobre Andreas Hollstein, e muito aliviada por ele já estar junto da sua família. Obrigada aos que o ajudaram.”

O presidente da câmara também agradeceu aos donos do estabelecimento, pai e filho, que imobilizaram o atacante, que chegou a conseguir fazer um corte de 15 centímetros na garganta de Hollstein. Um dos donos do restaurante (o mais velho) ficou ferido, mas sem gravidade. 

A cidade, de 18 mil habitantes, recebera em Maio um prémio de Integração pelos seus esforços em relação aos refugiados, pois acolheu mais do que o previsto – o que foi também um meio de compensar a perda de população. 

A imprensa alemã lembra outro ataque semelhante, em Outubro de 2005, quando um dia antes da eleição para a presidência da câmara de Colónia, a candidata Henriette Reker foi alvo de uma tentativa de assassínio numa acção de campanha.

O atacante disse que a candidata independente apoiada pela CDU, FDP (liberais) e Verdes representava “uma ideologia radical de esquerda” e mais tarde determinou-se que a principal razão era a sua política pró-refugiados. Reker foi internada nos cuidados intensivos, sobreviveu – e venceu as eleições. 

O atacante foi condenado a 14 anos de prisão por tentativa de homicídio.

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