De “quarta força” a campeão, o caminho do Corinthians até ao título

O “Timão” venceu o Fluminense na madrugada desta quinta-feira e conquistou o seu sétimo ceptro de campeão brasileiro de futebol.

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A festa dos jogadores do Corinthians Reuters/PAULO WHITAKER
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Este é o sétimo título conquistado LUSA/SEBASTIAO MOREIRA
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Adeptos do Corinthians festejam a vitória Reuters/PAULO WHITAKER
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O “Timão” venceu o Fluminense Reuters/PAULO WHITAKER
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Fabio Carille, treinador da equipa Reuters/PAULO WHITAKER
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O clube foi campeão nacional pela primeira vez em 1990 Reuters/PAULO WHITAKER
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A euforia dos adeptos Reuters/PAULO WHITAKER

Era inevitável. E aconteceu já na madrugada desta quinta-feira, na Arena de Itaquera. O Corinthians conquistou o seu sétimo título de campeão brasileiro de futebol e fez a festa ao derrotar o Fluminense, em jogo da 35.ª jornada do Brasileirão, por 3-1. Um feito para uma equipa que iniciou a competição sendo apelidada de “quarta força” por, supostamente, não estar ao mesmo nível de Palmeiras, Santos e São Paulo, os grandes rivais estaduais do “Timão”.

Campeão nacional pela primeira vez em 1990, o Corinthians chegou ao seu sétimo título desde esse ano, coroando um grupo de atletas desvalorizado no começo da temporada. Isto porque o emblema paulista foi o que menos investiu em contratações no arranque da época quando comparado com os principais opositores estaduais (2,6 milhões de euros contra 22,8 do Palmeiras, 11,3 do São Paulo e 6,8 do Santos).

O reforço mais caro do Corinthians foi o defesa Pablo, que custou 1,1 milhões, mas talvez o jogador mais decisivo na conquista do título tenha sido Jô. O avançado de 30 anos fez parte da sua carreira na Europa e, após duas boas épocas no CSKA Moscovo, chegou a ser contratado pelo Manchester City onde não convenceu, sendo emprestado ao Everton e ao Galatasaray, sem deslumbrar. De regresso ao Brasil recuperou o fulgor no Atlético Mineiro e depois de nova experiência no estrangeiro (China e Emirados Árabes Unidos) foi contratado esta época pelo Corinthians, onde marcou 18 golos só no campeonato — lidera a lista de melhor marcadores.

Esta gestão racional não se limita à contratação de jogadores. Também no que diz respeito à escolha dos técnicos, o Corinthians tem sido capaz de ser diferente. Nas últimas dez temporadas, a partir da chegada de Mano Menezes — que substituiu Nelsinho Baptista no início de 2008 — o clube paulista teve apenas seis treinadores e apenas três (Adilson Batista, Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira), foram despedidos.

Tite e Mano cumpriram do início ao fim um dos seus contratos e só deixaram o clube por terem sido chamados para treinar a selecção brasileira.

Fábio Carille é o actual “homem do leme” e também ele, tal como a equipa, sentiu a desconfiança instalar-se em torno das suas capacidades. No clube há oito anos como treinador-adjunto, foi o escolhido para iniciar a temporada como técnico principal. E acabou por vencer a desconfiança ao conquistar, primeiro, o campeonato estadual e agora o título de campeão nacional. E fê-lo com uma superioridade incontestável.

Com dez pontos de vantagem para o segundo colocado, a campanha invejável do “Timão” é visível em números. São 21 vitórias, oito empates e apenas seis derrotas, em 35 jogos.

Líder desde a quinta ronda do Brasileirão, o Corinthians dominou a competição de forma clara. Em especial na primeira metade da prova, que terminou no topo, sendo a única equipa invicta, a melhor defesa e o segundo melhor ataque.

Na segunda volta, a equipa baixou um pouco o seu rendimento, mas no derby com o Palmeiras, à 31.º jornada e num jogo apontado por muitos como tendo sido decisivo (em caso de derrota os rivais ficariam a apenas dois pontos de distância), o Corinthians impôs-se por 3-2, passando a ter seis pontos de avanço sobre o segundo.

O actual momento vivido pelo clube paulista contrasta com o cenário de há exactamente dez anos, quando o emblema “alvinegro” foi despromovido ao escalão secundário do futebol brasileiro. Uma década depois, o Corinthians atravessa a sua fase mais gloriosa dos seus 107 anos de vida, com dez títulos conquistados, incluindo a Taça Libertadores e o Mundial de clubes, em 2012. E junta a este fulgor desportivo um novo centro de treinos (inaugurado em 2010) e estádio (Arena de Itaquera, 2014).

Vindo de três vitórias consecutivas — sobre Palmeiras, Atlético Paranaense e Avaí —  o triunfo da “quarta força” transformou-se nesta madrugada na “primeira força”.

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