Liga vai pedir "processo de averiguações" ao incidente no Guimarães-Benfica

Presidente do clube vitoriano exige respostas à polícia.

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Adeptos do V. Guimarães invadiram o relvado LUSA/LUSA

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) vai solicitar um "processo de averiguações" aos incidentes numa bancada de adeptos do Vitória de Guimarães que motivaram a interrupção nos minutos iniciais do desafio com o Benfica, da 11.ª jornada.

Em nota enviada à agência Lusa, a LPFP diz que vai "solicitar a instauração de um processo de averiguações para perceber se existiu alguma falha de segurança".

"Na sequência dos incidentes de hoje [domingo] no Estádio D. Afonso Henriques, após o arranque da partida entre o Vitória SC e o SL Benfica, a Liga Portugal já solicitou à Polícia de Segurança Pública (PSP) o envio, com carácter de urgência, do relatório de ocorrências do jogo", complementa a instituição.

Com pouco mais de três minutos decorridos do jogo da 11.ª jornada, mais de uma centena de adeptos do clube minhoto instalados na bancada sul inferior do Estádio D. Afonso Henriques entraram de forma abrupta no relvado, na sequência de uma carga da PSP, que levou a uma interrupção de quase cinco minutos.

Nas imagens televisivas não se vislumbrou qualquer tipo de desacato, mas foram muitas as dezenas de adeptos locais a sair das bancadas e a entrar no relvado, levando o árbitro Artur Soares Dias a interromper a partida.

Júlio Mendes exige respostas à polícia

O presidente do Vitória de Guimarães exigiu entretanto às forças policiais que expliquem a entrada "em pânico", a seu ver, anormal, de vitorianos em campo no início do jogo com o Benfica, da I Liga de futebol.

Júlio Mendes frisou que o caso não é inédito no recinto vitoriano - em Setembro de 2014, num jogo com o FC Porto, adeptos instalados na mesma zona entraram no relvado após terem sido disparadas balas de borracha pela polícia na zona - e que homens, mulheres e crianças entrarem conjuntamente no relvado não é normal e "não pode voltar a acontecer".

"Vamos fazer o rescaldo, vamos querer ver as imagens e aquilo que nós acreditamos num Estado de Direito é que sejam capazes de nos darem respostas àquilo que está aqui a acontecer", reiterou no final do jogo, que os "encarnados" venceram por 3-1.

O dirigente lembrou que pugna há muito tempo pela alteração no modelo de policiamento nos jogos de futebol, realçando a disparidade entre "jogos que são garantidos pela GNR e pela PSP", jogos que "custam mais dinheiro" e "outros menos dinheiro", e jogos que "têm mais efectivos" e outros menos.

Apesar de recusar fazer juízos, por não ter visto as imagens, Júlio Mendes referiu que o clube paga "dezenas de milhares de euros às forças policiais para fazerem o seu trabalho" e fazê-lo "bem feito", protegendo as pessoas de "situações de pânico" como as que se viram.

Questionado sobre a carga policial ter sido o resultado de algumas grades de segurança que adeptos do Vitória empurraram na direcção da polícia, quando grupos de adeptos do Benfica seguiam para a bancada norte, o responsável disse que um estádio e uma via pública são "espaços físicos diferentes" e requerem posturas diferentes.

Sobre os incidentes do jogo com o Marselha, para a Liga Europa, - os vimaranenses venceram por 1-0 -, nomeadamente pelos distúrbios com os adeptos franceses no centro histórico vimaranense, Júlio Mendes referiu que a situação se passou na via pública e está a ser investigada pela UEFA.

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