FC Porto, a equipa da Champions que mais marca de bola parada

A eficácia dos “dragões” nas bolas paradas ofensivas tem saltado à vista. Na Liga dos Campeões, dois terços dos golos apontados decorreram de jogadas de laboratório.

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O lance do segundo golo do FC Porto diante do RB Leipzig, no Dragão, com Danilo a aproveitar um livre cobrado por Alex Telles LUSA/MANUEL ARAUJO

No final do encontro da passada quarta-feira, no Estádio do Dragão, o lateral brasileiro Bernardo lamentava a forma como o RB Leipzig tinha voltado a ser surpreendido pelo FC Porto nas bolas paradas. Foram dois golos preparados no laboratório dos “dragões”, que se somaram a outros dois apontados na Alemanha. Esta tem, de resto, sido uma das imagens de marca da equipa de Sérgio Conceição, que se apresenta como a mais produtiva das 32 que competem nesta fase de grupos da Liga dos Campeões.

“São trabalhadas como outros momentos do jogo. Quando um jogo está equilibrado, são situações muito importantes. Os jogadores têm executado de uma maneira fantástica”. Foi desta forma que o treinador do FC Porto resumiu o peso das bolas paradas ofensivas na carreira europeia do clube. Basta olhar para os números para se perceber como os “azuis e brancos” têm capitalizado estas oportunidades: em quatro jornadas no Grupo G, marcaram em todas, e dos nove golos apontados até agora na prova, dois terços (seis) surgiram de bola parada.

Logo na ronda inaugural, na recepção ao Besiktas, foi na sequência de um pontapé de canto que o FC Porto chegou ao golo (um autogolo de Dusko Tosic, no caso). No encontro seguinte, no Mónaco, os “dragões” aproveitaram um lançamento lateral para criarem o enquadramento ideal para o golo de Aboubakar, após um primeiro remate de Danilo. Em Leipzig, na 3.ª jornada, a produção duplicou: Aboubakar voltou a finalizar num lance que começou outra vez num lançamento lateral, antes de Marcano concluir na pequena área uma jogada bem desenhada após um pontapé de canto. Finalmente, na quarta-feira passada, Herrera aproveitou outro canto para inaugurar o marcador, enquanto Danilo tirou partido de um livre indirecto para desfazer o 1-1.

Nenhuma outra equipa nesta fase da Champions apresenta um rendimento tão alto nestes momentos. E as duas que mais se aproximam, curiosamente, têm sede em Manchester: o United divide os quatro golos de bola parada por cada uma das jornadas, enquanto o City marcou em dose dupla em duas partidas, tirando bom partido especialmente dos pontapés de canto marcados “à maneira curta”. Neste ranking particular, seguem-se o Paris Saint-Germain, o Nápoles e o Sevilha, todos com três golos — a maioria dos quais obtida através de grandes penalidades.

Essa é também uma das particularidades da performance do FC Porto, que ainda não dispôs de um penálti na Liga dos Campeões 2017-18. O principal denominador comum nas bolas paradas ofensivas dos “dragões” tem sido Alex Telles, decisivo nos livres e nos pontapés de canto, à direita ou à esquerda. Uma influência que alarga às competições domésticas, contexto em que este indicador não tem uma influência tão vincada, porque a equipa treinada por Sérgio Conceição tem criado um grande caudal atacante em situações de bola corrida e capitalizado essa produção.

Ainda assim, Estoril (Marcano), Desp. Chaves (Soares, na recarga a uma grande penalidade), Rio Ave (Danilo) e Portimonense (Marcano) já sentiram na pele este trunfo do FC Porto, que detém de longe o melhor ataque do campeonato (28 golos).

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