Arrepia, Catalunha!

O fado mais chorado pelo povo português continua a ser a memória daquela agreste separação da Espanha-Mãe.

Portugal, quando se tornou independente da Espanha em 1640, perdeu a oportunidade de fazer parte de um grande país de dimensão europeia. Nunca recuperou.

Não foi só o ter ficado mais pequenino, um mero campo de ténis à beira-mar, perdido na extremidade ocidental da vasta Península Ibérica. Isolou-se e não foi reconhecido por nenhuma das grandes potências.

Sozinho e miserável, Portugal teve de lutar séculos sem glória e desperdiçar os poucos fundos de que dispunha para comprar a anuência relutante da grande Espanha a que pertencia.

Tivemos de sofrer a ignorância e indiferença das nações do mundo, onde continuamos a ser vistos como uma pobre província da Espanha, comparável apenas à Galiza na humildade e na resignação à fatalidade da pequenez, do esquecimento e da penúria.

É verdade que, quase 400 anos depois, há portugueses que preferem ser independentes da Espanha. Mas é uma gente obstinada, rancorosa e estúpida, incapaz de reconhecer que a Espanha é mãe de muitas nações que, com a sabedoria carinhosa que é a maternal, trata os filhos com amor idêntico, multiplicado pela quantidade deles, seja essa qual for.

O fado mais chorado pelo povo português continua a ser a memória daquela agreste separação da Espanha-Mãe, somada à especulação dorida do quanto que perdemos, mais tudo aquilo que não ganhámos por causa disso.

A Espanha nunca perdoou a Portugal, por muito que finja que sim, para nos poupar as lágrimas. A Catalunha que se acautele. Ó mana antiga, não te precipites!

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