Sem terceira via, PSD continua a dividir-se entre Rio e Santana

Dos 12 vice-presidentes da bancada, cinco são santanistas. Outros também se inclinam para o ex-primeiro-ministro, mas ainda não o assumem.

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Pedro Cunha

Numa altura em que se contam espingardas, Rui Rio soma mais dois apoios: Luís Todo-Bom e Luís Alves Monteiro, ambos secretários de Estado dos governos de Cavaco Silva. A equipa de Pedro Santana Lopes ganhou um reforço – Pedro Pinto – líder da distrital de Lisboa e muito próximo de Passos Coelho.

Pedro Pinto confirmou ao PÚBLICO que faz parte da estrutura de campanha de Santana Lopes, depois de já ter indicado o apoio público a este candidato. É mais um passista a apoiar Santana Lopes. Depois de Luís Mira Amaral, antigo ministro de Cavaco Silva, Rui Rio tem ao seu lado dois antigos secretários de Estado da Indústria – em executivos diferentes – do antigo primeiro-ministro. Alves Monteiro, que já tinha estado num jantar de apoiantes de Rui Rio há meses, é actual partner da Boyden, empresa onde o candidato é consultor.

Na bancada parlamentar contam-se alguns apoios para Rio – o próprio Feliciano Barreiras Duarte, que faz parte da estrutura e é deputado –, além de Paulo Rios de Oliveira (antigo presidente da concelhia do Porto) e de Rui Silva (da concelhia de Vila Verde, Braga). Soma ainda o apoio de Virgílio Macedo, antigo líder da distrital do Porto e um dos homens próximos de Marco António Costa, vice-presidente do partido, que optou por não assumir posição pública na corrida interna.  

Na direcção da bancada, o cenário é outro. Dos 12 vice-presidentes, cinco já se assumiram a favor de Santana Lopes, enquanto os restantes sete não se pronunciaram publicamente, embora muitos deles se inclinem para o ex-primeiro-ministro, apurou o PÚBLICO. Amadeu Albergaria, vice-presidente e presidente da concelhia de Santa Maria da Feira, espera que a estrutura realize as eleições já marcadas para depois assumir uma posição. Luís Leite Ramos, outro vice-presidente, ainda não quer avançar com um apoio por fazer parte da Comissão Política Nacional. Miguel Morgado, antigo adjunto de Passos Coelho e elogiado por Santana Lopes, não tomou posição, disse o próprio ao PÚBLICO. Outro dos vice-presidentes que ainda não sinalizou apoio a um dos candidatos é António Leitão Amaro (eleito por Viseu) por considerar que ainda precisa de ouvir Santana Lopes e Rui Rio para tomar uma decisão.

Já assumidos santanistas são Carlos Abreu Amorim (Viana do Castelo), Nuno Serra (Santarém), Berta Cabral (Açores) e Sérgio Azevedo (Lisboa). Ainda do lado de Santana – e até pertencendo à estrutura de campanha – está outro vice-presidente: Miguel Santos, presidente da concelhia de Valongo, onde o candidato terá um encontro com militantes este sábado à tarde.

O actual líder parlamentar, Hugo Soares, não se pronuncia – embora avise que apoia o candidato que “não desperdice” o legado de Passos Coelho – e o presidente do grupo nos últimos seis anos também não. Luís Montenegro não foi à apresentação da candidatura de Santana Lopes no passado domingo, mas, na primeira fila, estava uma figura que lhe é muito próxima: Joaquim Pinto Moreira, presidente da Câmara Municipal de Espinho, a terra natal do ex-líder parlamentar. Fica no distrito de Aveiro, um distrito sensível já que é a terra do director de campanha de Rio, Salvador Malheiro. Foi aí que, na contagem de espingardas, Santana Lopes conquistou um apoio. Trata-se de Hermínio Loureiro, ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, que já se assumiu ao lado do ex-primeiro-ministro, no Facebook, onde publicou uma fotografia dos dois.  

O programa de Santana Lopes está a ser coordenado por Telmo Faria, antigo presidente da Câmara de Óbidos, e nele participam a deputada Joana Barata Lopes (que trabalhará a área da Segurança Social, que acompanha no Parlamento) e Teresa Morais, vice-presidente do partido, como o candidato referiu na apresentação do passado domingo.

Na candidatura de Rio, é David Justino, antigo assessor do ex-Presidente da República Cavaco Silva, quem está a coordenar a moção de estratégia que o candidato tem de apresentar até Dezembro.

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