Imprensa internacional surpreendida com chamas em Portugal

O cenário dantesco e descontrolado, o número de vítimas e a proximidade com a tragédia de Pedrógão Grande estão entre as notas apontadas pela imprensa internacional.

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Imagem recolhida na estrada a caminho de Grou, em Leiria LUSA/TIAGO PETINGA

Os incêndios que atingem Portugal e o Norte de Espanha não estão a passar ao lado da imprensa internacional. O número de vítimas e hectares ardidos estão a ser noticiados em várias publicações. O PÚBLICO destaca e reúne alguns dos artigos, que aqui resume e disponibiliza.

New York Times, “Incêndios mortais varrem Portugal e Norte de Espanha”

O jornal norte-americano começa por assinalar o número de mortos e feridos que as chamas provocaram. “As autoridades em Portugal declararam estado de emergência”, lê-se no artigo, que conta os “cerca de 500 incêndios” que atingiram o país. O jornal partilha ainda algumas imagens impressionantes recolhidas do cenário pós-incêndio.

“Em Portugal, a situação é complicada pelo facto de o Estado ser dono de apenas 3% dos territórios do país e não possuir um registo apropriado dos proprietários dos terrenos florestais”, nota o New York Times. Além disso, “a manutenção das florestas tem sido descurada devido aos cortes orçamentais durante a recente crise”, acrescenta.

Veja o artigo completo aqui.

Washington Post, “Criança entre as vítimas mortais de incêndios em Portugal”

Destaque para a morte de bebé com um mês, enquanto o número de vítimas continua a aumentar e sete permanecem ainda desaparecidas. O jornal escreve também sobre os incêndios que afectam a Galiza e que de acordo com o primeiro-ministro espanhol “foram intencionais”.

Veja o artigo completo aqui.

The Guardian, O Apocalipse

“O estranho céu vermelho” ilustra o artigo do jornal britânico, que nota não se tratar de um filtro de Instagram, mas o resultado da passagem do furacão Ophelia e dos incêndios em Portugal e Espanha. Veja o artigo completo aqui.

Num segundo artigo, o mesmo jornal destaca que centenas de pessoas foram retiradas das suas habitações, um pouco por todo o país. O Guardian refere ainda que em Junho morreram 64 pessoas também vítimas de incêndios e dá destaque ao relatório de Pedrógão Grande conhecido na última semana. Escreve o jornal que “a investigação independente conclui que as autoridades falharam na evacuação eficaz das aldeias atingidas pelas chamas”.

BBC, “Dezenas de mortos e feridos”

A BBC sublinha o perigo dos incêndios activos e relaciona a dimensão das chamas com o furacão Ophelia. “O estado de emergência foi declarado a norte do rio Tejo, abrangendo cerca de metade do território do país”, nota o canal britânico. A notícia dá destaque também para as estradas cortadas e para o encerramento de várias escolas no país. A origem criminosa de alguns incêndios também é referida. “Os incêndios acontecem depois de uma devastação em Junho, que matou 64 pessoas e deixou mais de 130 feridas”, acrescenta a BBC, que sublinha novamente a existência de “mão criminosa”.

“Após a análise e balanço do incêndio surgiram questões sobre a velocidade de resposta onde foi ainda discutida a falha dos sistemas de comunicação que afectaram os serviços de emergência, nomeadamente as chamadas para os bombeiros”, lê-se no artigo.

Veja o artigo completo aqui.

El Mundo, “Catástrofe e indignação contra Governo”

O jornal espanhol, que escreve também sobre as chamas que afectam a região da Galiza, cita o primeiro-ministro português a reconhecer que “não existem bombeiros suficientes para responder a todas as situações que surgem”. O El Mundo conta que esta não é a primeira vez este ano que o país acciona o Mecanismo Europeu de Protecção Civil, no entanto, até agora, apenas Itália respondeu com ajuda.

A publicação espanhola lembra que na última semana foi apresentado o relatório sobre o incêndio de Pedrógão Grande, cujas conclusões apontam para uma má gestão na resposta à catástrofe, sublinhando que muitas mortes poderiam ter sido evitadas.

O jornal refere ainda que Costa disse ser “infantil achar que os incêndios deveriam ter consequências políticas traduzidas por demissões”, enquanto a ministra da Admnistração Interna, quando questionada sobre a sua autoridade para continuar a desempenhar funções respondeu, “ironicamente, se a solução era ela ir embora para que pudesse usufruir das férias que perdeu por culpa dos incêndios deste Verão”. Também as palavras do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, não passaram ao lado, depois de afirmr que “as pessoas não podem estar à espera que apareçam os bombeiros e os aviões para resolver os nossos problemas”.

Veja aqui o artigo completo.

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