ERROR-43: arquitectos, artistas e futuristas

São um colectivo de arquitectos feitos performers feitos artistas feitos futuristas. Não trabalham com edifícios, trabalham com tecnologia e dedicam-se à experimentação. Formado há cerca de quatro anos por sete arquitectos na casa dos 27 anos, o grupo ERROR-43 cria, a partir de Lisboa, um outro mundo que nada tem a ver com enganos do Windows. "Por exemplo, agora estamos a investigar a realidade virtual na arquitectura, como é que isso pode ter impacto à nossa volta, na forma como vemos as coisas hoje em dia." Palavra a Tiago Lopes, um dos membros, acabadinho de sair da Universidade Lusófona. "Arte-performance" é uma das palavras que usa para descrever a actividade do colectivo. Aqui "investigam-se outras ténicas", vai-se bem para além da "arquitectura comum", tenta-se "evoluir" a área para outra vertente, bem distante da construção. Um pequeno exemplo do que este grupo de amigos é capaz é este vídeo, que documenta o que eles aprontaram ao longo do Festival da Água e do Tempo-Clepsidra, que decorreu em Agosto em Castelo de Vide, Portalegre. A convite da autarquia, instalaram-se no castelo e, aí, desenvolveram cinco instalações interactivas. Houve uma rua ocupada por um quilómetro de LED, que reagia à intensidade da água, uma referência à ligação da vila a este elemento. Houve a No Mikveh, uma sala de espelhos da qual dá vontade de não sair, um espaço que oferecia um diálogo entre "música e luz". Houve uma bactéria ampliada que é como se fosse um disforme ser vivo de outra galáxia. E mais, bem mais, a contar com o que ainda está para vir. Pelo menos a acreditar nas palavras de Manoel de Oliveira neste vídeo, a que o colectivo se agarra para nos oferecer uma espécie de declarações de interesses: "Nós queremos imitar Deus e por isso há artistas. Os artistas querem recriar um mundo como se fossem pequenos deuses." Assim será.