A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu aos membros do seu partido democrata cristão (União -CDU/CSU) apoio para uma coligação com o Partido Liberal Democrata (FDP) e os Verdes, algo “completamente novo” a nível nacional.

Merkel admitiu, num encontro da juventude da CDU em Dresden, que o resultado de um acordo de coligação seja sujeito a aprovação do partido, como fora proposto na véspera pelo responsável da Juventude da União, Paul Ziemiak. Este falou ainda da necessidade de “fortalecer o perfil conservador” do partido.

Depois das últimas eleições em 2013, o acordo de coligação com o SPD foi votado por um grémio na CDU (o SPD sujeitou-o a aprovação dos membros do partido). Desta vez, defendeu Ziemiak, seria desejável uma base mais alargada.

Espera-se que as conversações para uma coligação demorem e ninguém antecipa que possam estar concluídas antes de Dezembro.

A chanceler, que venceu o seu quarto mandato, já teve coligações com o Partido Social Democrata (SPD, centro-esquerda, duas vezes) e com o FDP (liberais), mas o SPD recusou-se a discutir uma nova grande coligação com Merkel, e o resultado da CDU junto com o dos liberais não é suficiente para uma maioria.

“Aconselho todos a concentrarem-se no que se segue”, disse Merkel. “Primeiro entre a CDU e CSU”, especificou – ambos fazem parte da União, a CSU é o partido-gémeo da CDU na Baviera, mas têm tido desentendimentos com a CSU a querer limite ao número de refugiados que podem entrar a cada ano no país, e a CDU a recusar. Mas Merkel está convencida de que “com alguma boa vontade” se conseguirá. “E depois com os liberais e com os verdes, e perceber o mandato que os eleitores nos deram”, acrescentou.

Classificando o resultado da CDU/CSU como “um desapontamento” (com 33% foi um dos piores resultados da história do partido), Merkel sublinhou mais uma vez o que disse na noite eleitoral: “Não pode ser formado nenhum Governo contra nós”.